Há quase dois meses à frente da direção geral da rádio Itatiaia Vale do Aço, Felipe Martins Costa (33) conversou com a reportagem do jornal O Informante sobre os desafios, as oportunidades e o contexto atual da rádio AM que precisará mudar de frequência.
Diante de tal necessidade questionamentos rondam o futuro das AMs em todo país, tais como: Como acontecerá essa migração? Haverá adaptação a linguagem da nova frequência? Essa migração será apenas de sintonia, mantendo as características da radio AM? O diretor da Itatiaia Vale do Aço elucida essas dúvidas.
Ascensão
Para Felipe Martins esse é um dos períodos mais desafiantes para rádio AM. Ele ingressou na Itatiaia Vale do Aço em 2001 através de um convite de Leandro Carneiro. Começou como agente publicitário e trabalhou em quase todos os setores, como produção, locução, promoções, reportagens de campo e jornadas esportivas. “Houve uma explosão de oportunidades aqui dentro e vivi a rádio de forma intensa. Fiquei apaixonado desde então, é um casamento eterno na minha vida”, resumiu.
Público
Nas últimas duas décadas houve uma revolução na comunicação com o boom da internet e das redes sociais.
A velocidade da divulgação das informações, antes uma características quase exclusiva da rádio AM e de alguns programas de televisão, criou um novo modelo de concorrência através dos veículos online, as redes sociais e o próprio público que se transformou em gerador e produtor de conteúdo, deixando de ser apenas receptor da notícia.
Todos os veículos de comunicação tradicional, como rádio, televisão, jornais e revistas enfrentam essa mudança de paradigmas. De acordo com Felipe Martins, na rádio o maior desafio é a renovação dos ouvintes frente às novas demandas.
“A radio tem a grande batalha de se reinserir o tempo todo na vida das pessoas. Ele tem seu próprio instrumento pra isso, com uma comunicação direta e ágil. Hoje recebemos áudios, vídeos, tudo do ouvinte. Por incrível que pareça, criou uma aproximação maior, mas vejo que o rádio precisa se conectar ainda mais com o público”, afirmou.
O rádio tem a particularidade de dialogar com o lúdico, pois cria imagens onde apenas tem som. “O radio é singular. Constrói imagem sem ter imagem, tem fonte concreta e a notícia tem respaldo”, diz Felipe lembrando a importância da informação com credibilidade em época de muitos boatos e inverdades nas redes sociais.
FM
O grande dilema que a rádio AM terá de enfrentar é a migração para a frequencia FM. Certamente exigirá habilidade para não perder os atuais ouvintes e destreza para angariar novos, principalmente o publico já cativo da FM. “O governo federal já avisou que nós vamos ter uma migração para o FM em função das novas tecnologias e das antenas de recepção, é um privilégio que teremos. Muita gente vem aqui na Itatiaia e pergunta: ‘Fiquei sabendo que vocês vão migrar, mas e aí, vai acabar? ’Eu falo: ‘Não, mudaremos de sintonia, mas vamos levar toda programação. O nosso jeito Itatiaia de ser será o mesmo”, esclarece Felipe. No dia 24 de março foi assinado a autorização de mudança de frequência da Itatiaia Vale do Aço para FM.
Mercado
Em meio a crise econômica nacional e regional, Felipe Martins ainda tem o desafio de manter a Itatiaia Vale do Aço rentável. “Acredito ser esse um dos principais motivos para eu estar na direção. A captação de recursos faz a empresa sobreviver. Vamos renovar e estamos antenados com as mídias sociais. Vamos fazer a Itatiaia Vale do Aço viver um novo patamar de crescimento sustentável”.
Legado
O presidente da Radio Itatiaia Belo Horizonte Emanuel Carneiro foi apontado como a grande referencia para Felipe Martins. “Ele fez um contato comigo desejando toda felicidade nessa nova jornada, é um orgulho grande porque sou cria dele. Ele é o profissional mais apaixonado por comunicação que conheço”.
Para Felipe é exatamente esse o legado que pretende deixar: “O entusiasmo, a fé, a convicção, superação e o amor pelo trabalho, além de deixar a Itatiaia Vale do Aço na frequência FM,” concluiu.