Série de reportagens LMG 760 –
Especial Zona da Mata
O jornal O Informante inicia uma serie de reportagens mostrando como a pavimentação de um pequeno trecho de 64 km pode trazer um novo fôlego para a economia regional.
Com as liberações das licenças ambientais, o governador Fernando Pimentel(PT) assinou no fim do mês de julho a ordem de serviço para recomeço das obras. A LMG 760 começa na BR 262 em Rio Casca, passa por São José do Goiabal, Parque Estadual do Rio Doce (PERD) e termina em Cava Grande, distrito de Marliéria. No projeto original da pavimentação há dois lotes. O primeiro no percurso acima citado e o segundo de 21 km, que começa em Cava Grande e passa por Timóteo pelos bairros Licuri, Macuco, Limoeiro até o entroncamento da BR 381.
A estrada teve sua primeira terraplanagem em 1980 para ligar e fortalecer as economias do Vale do Aço e da Zona da Mata, e escoamento da produção de carvão das siderúrgicas do Vale do Aço.
Logística
A logística é um dos principais gargalos do Vale do Aço, pois boa parte de sua produção é escoado pela BR 381, conhecida como “Rodovia da Morte”.
A ligação à BR 262 aproximará a região das cidades portuárias, o que pode beneficiar as importações e exportações, além de maior interação comercial com a Zona da Mata, um dos mais importantes pólos econômicos do estado.
A zona da Mata é cortada por quatro importantes BR,s federais; a BR 262, uma rodovia transversal que interliga os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e termina junto à fronteira com a Bolívia, em Corumbá no estado de Mato Grosso do Sul; a BR 116, a maior rodovia totalmente pavimentada do país, com início em Fortaleza, no estado do Ceará e término em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai; a BR 040 que passa pelo Distrito Federal e pelos estados de Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, sendo a principal ligação rodoviária entre esses estados; a BR 267 que corta Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul, com inicio em Leopoldina (MG) até a fronteira do Brasil com o Paraguai em Porto Murtinho , Mato Grosso do Sul; e BR 482 uma rodovia federal que tem início no município de Itapemirim- ES e término em Conselheiro Lafaiete (MG).
Zona da Mata
Em relação ao PIB do Estado, o Vale do Aço tem menos da metade da Zona da Mata. Há diferenças relevantes no perfis econômicos das regiões, enquanto a terra do aço é ancorado basicamente na siderurgia, a Zona da Mata tem diversidade no seu portfólio econômico, com forte produção na agricultura, pecuária, agroindústria e indústria em diversos segmentos como confecções, siderurgia, construção civil,moveleiro, entre outros.
De acordo com matéria publicada pela Revista Contexto, a Zona da Mata faz fronteira com as mesorregiões mineiras do Sul/Sudeste com Vale do Rio Doce, Região Metropolitana de Belo Horizonte, além, de estar na divisa com estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo. A região também é cortada pela ferrovia MRS Logística, o que favorece escoamento da produção e ainda conta com suporte de um porto seco e um aeroporto regional que opera cargas e faz pequenos vôos comerciais. A região possui mais de 2,2 milhões de habitantes em 143 municípios.
Segundo Luciano Araújo, presidente da FIEMG Vale do Aço, a Zona da Mata e o Vale do Aço são regiões que podem se completar. “Essa pavimentação aumentará a competitividade das empresas da região, além de criar uma serie de oportunidades, com um novo vetor de desenvolvimento econômico”, destacou Luciano Araújo.
Cidades e vocações
Juiz de Fora é uma das principais cidades da Zona da Mata e também do Estado de Minas Gerais. O município é o que mais atrai indústria e negócios na região. Só para citar alguns exemplos do vigor industrial, a cidade, recebeu investimento de empresas como Mercedes, Codeme, Brafer, Açotel, Votorantim e Arcelor Mittal. O município que faz divisa com o Estado do Rio de Janeiro também é um importante pólo universitário, e conta com um comércio ativo.
Ponte Nova além de um comércio que atende as cidades vizinhas também se destaca pela suinocultura. Vem dessa região boa parte da carne de porco consumido no Vale do Aço.
Ubá é o primeiro pólo moveleiro do Estado e o terceiro do país. Junto a mais sete municípios vizinhos é formado por cerca de 450 empresas que empregam cerca de 45 mil funcionários.
O empresário Ivair Andrade é proprietário de varias lojas de moveis no Vale do Aço, e segundo ele, cerca de 70% do que vende vem daquela região. “Essa pavimentação vai promover maior agilidade, rapidez e economia, serão 60 km a menos, e certamente o consumidor será beneficiado, pois deverá haver redução no preço do produto,” destacou Andrade.
Muriaé e São João Nepomuceno se destacam no comércio, prestação de serviços e indústria, sobretudo, de confecções. E Cataguases além, de um importante pólo cultural, tem na indústria de tecidos a sua pujança empregando milhares de pessoas.
Viçosa é um relevante pólo universitário, tido como um dos maiores centro de estudos agrônomos da America Latina. Também vem de lá os melhores resultados do ensino técnico federal do Estado de Minas Gerais.
Manhuacú é reconhecidamente um dos mais relevantes pólos de agricultura do país. A agricultura, mesmo em meio à crise política e econômica, tem alcançado bons resultados, e esses índices também são refletidos em Manhuaçu, um dos mais importantes produtores de café do Estado.
A Zona da Mata ainda se destaca com o circuito do queijo na cidade de Rio Pomba, a avicultura, suinocultura e indústria do suco da cidade de Visconde do Rio Branco.
Como é possível observar a ligação do Vale do Aço com Zona da Mata aproximará e abrirá mercados importantes, tanto para o consumo, como para prospecção de novos mercados.
7 Comentários
Eu que visito Rio Casca frequentemente, seria muito vantajoso a pavimentação desta rodovia, pois economizaria tempo e dinheiro…
Agora com a liberação das licenças ambientais, finalmente deve sair essa pavimentação.
Realmente, essa Mg760 é fundamental para o Vale do Aço.
Excelente matéria, detalhando todo o potencial das cidades da Zona da Mata e a importância dessa estrada para as duas regiões e para Minas Gerais.
Parabéns, Márcio.
Mais uma vez colocando em pauta um tema de interesse de toda a população.
Obrigado Ney. Haverão outras matérias tratando dos benefícios da pavimentação da LMG 760 em diferentes áreas.
Tem que haver é pressão para que o governador assine a ordem de serviço o quanto antes.
Caro Petrus, ainda não é oficial, mas a princípio ele virá no próximo dia 26 para assinar a ordem de serviço para pavimentação de um lote da pavimentação da LMG 760.Provavelmente essa semana será confirmado dia e local para assinatura da ordem de serviço.
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