Por Márcio de Paula
Há várias ações produzidas pela iniciativa privada que fazem do respeito e proteção ao meio ambiente um negócio lucrativo e em constante evolução. O mercado de forma geral está cada vez mais exigente a necessidade de atividades econômicas com responsabilidade ambiental.
O jornal O Informante, nesse mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5) abre a primeira de uma Série de matérias que acontecerão ao longo do ano, sobre ações da iniciativa privada que além de gerar emprego e renda, promovem proteção ao Meio Ambiente.
A primeira a ser destacada é a Residuar, que produz adubo com sobras de alimentos. Trata-se da promoção de um ciclo sustentável fechado, que reintegra produtos pós-consumo à cadeia produtiva, com impacto altamente positivo para o meio ambiente e todos os agentes desse processo.
Partindo da premissa do químico francês Lavoisier, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, e pela necessidade de eliminar perdas no processo de produção e de sobras da rede de padarias Premialy, o diretor Rafael Eugênio criou a Residuar.
Trata-se de uma usina de beneficiamento de resíduos, localizada em Coronel Fabriciano, dedicada à coleta e transformação de resíduos orgânicos em adubo orgânico classe A, a mais elevada classificação para produtos do gênero.
Segundo o idealizador e proprietário da empresa, a ideia surgiu pelo incômodo do destino das sobras de produção e pós-consumo, e quando soube de um equipamento com capacidade de transformar todo resto de alimentos em material orgânico de alto teor de eficiência. “A princípio era apenas para atender a demanda da nossa rede de padarias, mas outros empresários também sentiam o mesmo incômodo e a necessidade de dar um destino mais adequado às sobras dos alimentos. Então começamos a atender também outras empresas como restaurantes, sacolões, supermercados, entre outros”, destaca Rafael.
Ele lembra que a empresa, a cada mês, impede a destinação aos lixões e aterros sanitários de toneladas de alimentos, sendo transformados em compostos orgânicos de alta qualidade beneficiando a natureza e o homem em um processo de retroalimentação.
“Pra mim é gratificante, porque trabalhamos aqui na Premialy com alimentação, e alimentação tem a ver com prazer, alegria, bons momentos, sozinho ou com família ou amigos. Nosso trabalho na Residuar é um processo circular que ajuda o meio ambiente e contribui com a produção de mais alimentos”, destaca Rafael.
De acordo com o empresário, todo resto de alimento não consumidos em função da data de validade ou sobras no processo de produção vira adubo, absolutamente tudo.
Legislação ambiental
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). – Lei 12.305, de 10 de agosto de 2010, estabelece princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e gerenciamento desses resíduos, bem como a responsabilidade dos geradores, do poder público e dos consumidores.
A legislação vigente torna o trabalho da Residuar ainda mais relevante, pois estabelece diretrizes para Resíduos Sólidos,como: “a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; o desenvolvimento sustentável; a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”, diz as normativas.
O empresário Benedito Pacifico, cliente da Residuar e proprietário de restaurante, hotel e buffet, fala sobre a necessidade de dar destino correto as sobras dos alimentos. “O resto alimentar aqui do restaurante é destinado hoje para o preparo do adubo orgânico, existe a empresa que coleta esse material, leva para um centro de processamento e com ele, gera adubo orgânico que é vendido para agricultura e jardinagem. Nós, enquanto empreendedores, sempre estivemos preocupados com essa questão ambiental, o mundo já produz muitos resíduos, muito lixo e a natureza não suporta mais toda essa carga que a humanidade está produzindo, cada um tem de fazer a sua parte. É por isso que temos essa preocupação com os resíduos que sobra,” destaca Pacífico.
A Residuar tem capacidade de beneficiamento de cerca de 30 a 35 toneladas por mês, com potencial de beneficiamento de 420 toneladas ano. Atualmente, segundo Rafael, a empresa beneficia entre 15 a 20 toneladas mês. “Temos espaço para aumentar a demanda com a capacidade que temos instalada hoje, mas se precisar podemos ampliar ainda mais essa capacidade, e esse é o nosso objetivo futuro”, projeta Rafael Eugênio.