O Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM), de Ipatinga, terá a sua capacidade de leitos UTI- Covid duplicada, saltando de 20 para 40, o que dará à cidade um fôlego significativo para lidar com o difícil momento de agravamento da pandemia, que afeta todo o país. Acompanhado de um grande grupo de vereadores, o prefeito Gustavo Nunes foi conferir de perto, na manhã de sábado (27), o andamento da instalação dos equipamentos, recebendo a garantia dos técnicos de saúde de que o trabalho será intenso para que toda a montagem esteja concluída até segunda-feira (29). Ao mesmo tempo, as equipes de atendimento no hospital passam por um treinamento especial para lidar com os instrumentos na plenitude de seu potencial, e tão longo os profissionais estejam treinados e os equipamentos montados, o hospital já passa a atender com 40 leitos de UTI-Covid.
“Os equipamentos são de última geração, os mais modernos do mercado, e impressionaram inclusive os especialistas, já que estavam em suas embalagens de fábrica, ou seja, nunca foram usados”, comentou o chefe do Executivo. Ele ressaltou ainda que, por uma questão emergencial, tendo em vista que o município tem experimentado nestes dias uma lotação máxima de pacientes Covid também por atender a 14 outras cidades da microrregião, os materiais foram locados junto a uma empresa que atende regularmente ao Ministério da Saúde. “Graças ao bom trânsito que cultivamos nos escalões políticos superiores, contamos com o apoio providencial de nossos representantes no Estado e em Brasília, o que está nos possibilitando, em apenas três meses de governo, dar resposta para uma demanda que se arrastou por mais de um ano sem solução, embora a gestão anterior tivesse recebido dezenas de milhões de reais da União para investir nessa estrutura. Quando assumimos, encontramos o caixa desses recursos praticamente zerado”, pontuou Gustavo.
A diretora do Departamento de Administração Hospitalar e Urgências (Deahu) da Secretaria de Saúde, Ilrisnett de Souza Resende, explicou que enquanto é concluída a implantação de tendas numa das áreas externas do HMEM – um trabalho já em fase avançada –, os leitos de UTI-Covid estarão funcionando dentro de uma ala do hospital onde estavam leitos de enfermaria. Estes, por sua vez, foram deslocados para um espaço que se mostrava praticamente ocioso.
Mensagens emocionantes
Com os olhos marejados, Ilrisnett mostrou ao prefeito um mural que foi montado pelos funcionários num dos corredores do hospital, com dezenas de mensagens de ânimo, fé e encorajamento encaminhadas por alunos de uma escola do município. “Um dos pastores que dirige o educandário nos trouxe as cartas, fez uma oração, e todos nós choramos muito, nos emocionamos demais. Realmente, aqui as pessoas estão dando a vida para salvar outros, sacrificando suas próprias famílias, e este tipo de manifestação espontânea da sociedade faz com que os servidores arranquem forças do fundo da alma para seguir em frente”, relatou ela.
Na chegada do setor administrativo do HMEM, abaixo da inscrição com o nome da unidade, há outra demonstração eloquente do apoio e reconhecimento da população ao trabalho dedicado dos servidores da saúde para preservar a vida dos doentes. Foi pendurado um quadro produzido por Ana Luiza, uma garota de 13 anos, onde se lê: “Estamos orando por vocês”. A pintura teria sido produzida após dez dias consecutivos de vigília realizados pelo educandário onde ela estuda, em favor dos enfermos e das equipes de atendimento.
Casos graves
Na opinião de Ilrisnett, “uma das grandes razões da superlotação dos leitos de UTI-Covid, além da natural ampliação das contaminações em função do relaxamento de cuidados por boa parte da população, é que os pacientes já chegam ao hospital em estado gravíssimo, sem buscar auxílio médico quando os primeiros sintomas aparecem, sem ter uma avaliação preliminar quanto ao nível de comprometimento dos pulmões, por exemplo”. Numa conjuntura atual de praticamente 100% de ocupação dos leitos, ela considera que os novos equipamentos “trarão um alívio extraordinário”, mas torce para que as pessoas se conscientizem quanto a importância de não retardar a verificação da real condição, preservando com menos riscos a sua integridade física, assim como suas famílias e aqueles que fazem parte de seu círculo de relacionamento.