Editorial  – 

Os municípios de Timóteo e Ipatinga comemoram no dia 29 de abril o aniversário de 55 anos de emancipação política. Os dois, desde as respectivas emancipações, tem muito em comum, a começar pela industrialização e o crescimento das cidades em função das empresas âncoras Acesita (hoje Aperam) e Usiminas. Esse processo gerou desenvolvimento semelhante nesses municípios, principalmente com a chegada de pessoas vindas de varias partes do país em busca de emprego e oportunidades, criando identidade voltada para indústria. Os filhos desses trabalhadores basicamente foram criados para trabalharem nesse setor, já os netos, em função do boom tecnológico, do crescimento do comércio, da prestação de serviços e de vários outros setores, focaram nos mais variados segmentos.

Mesmo com o aumento de vários nichos mercadológicos, a grande referência no Vale do Aço continua sendo a indústria; se ela vai mal afeta toda região, se vai bem puxa toda cadeia produtiva de forma direta e indireta.

As duas cidades mesmo com posição geográfica favorável à expansão industrial esbarram nas limitações logísticas, sobretudo, rodoviárias. De um lado a falta de pavimentação da MG 760 que liga o Vale do Aço à Zona da Mata, e do outro a “Rodovia da Morte”, BR 381 que está em processo de duplicação, mas sem nenhuma previsão de término. Há também um pequeno aeroporto regional, geralmente com algum gargalo, seja pela pouca oferta de voos ou por problemas estruturais, o que causou recentemente sua paralisação. Já a ferrovia que corta a região trabalha no seu limite para escoamento da produção, outro limitador para o crescimento.

No campo político Timóteo e Ipatinga enfrentam problemas diferentes. Em Ipatinga a crise está na Câmara Municipal, com o maior escândalo da história da casa legislativa, sete vereadores foram presos, cinco já se desligaram do mandato. Em Timóteo o poder executivo encara desafios com falta de pessoal e limitações financeiras. A prefeitura municipal, a exceção da véspera do aniversário da cidade, enfrenta muitas dificuldades para manter a cidade limpa. O poder executivo também teve resistência na Câmara para aprovar uma reforma administrativa, mas conseguiu após muitas idas e vindas.

No comércio, outro ponto em comum entre Timóteo e Ipatinga são as polêmicas em função da implantação do estacionamento rotativo (faixa azul). A pouca informação e dificuldade de adaptação ao novo modelo vem gerando protestos de parte da população e de alguns comerciantes. Municípios como Timóteo e Ipatinga precisam de Faixa Azul para aperfeiçoar o fluxo do estacionamento, contudo, mesmo bem estruturados, podem ser melhores adaptados.

No geral, Timóteo e Ipatinga contam com boas estruturas em quase todos os setores como educação, saúde, assistência social, indústria, comércio, parques, praças e tantos outros. É relevante e necessário expandir estruturalmente, mas o grande desafio é fazer funcionar bem o que já existe.

Editor

Márcio de Paula