Editorial –
O Brasil precisa rever seus conceitos em relação à indústria, e é justamente essa sinalização que está sendo responsável pelo aumento de confiança no setor, que vinha num processo de atrofiamento ao logo dos últimos anos. A carga tributária imoral, excesso de burocracia e péssimas condições logísticas colocam o Brasil em condições desfavoráveis para competir com outros mercados.
Um desses gargalos é a falta de infraestrutura. Investimentos nesse setor aconteceram basicamente em duas épocas, na década de 50 com Juscelino Kubitschek (JK) que prometeu crescer 50 anos em 5, e o fez, e depois, em menor proporção na década de 70.
Mesmo sem garantias dos futuros governos federal e estadual, apenas a interrupção de ciclos danosos a indústria em função de políticas equivocadas, somadas as boas expectativas na condução da política econômica federal e estadual foram suficientes para mudar o humor no setor.
De acordo com a FIEMG a confiança do empresariado mineiro aumentou significativos 12,4 pontos em relação a outubro, chegando a 63,3 pontos em novembro, segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). O índice representa o maior nível desde setembro de 2010 que foi de 63,7 pontos e acima da média histórica (51,7).
Já o ICEI nacional cresceu 9,5 pontos entre outubro (53,7 pontos) e novembro (63,2 pontos), também o mais elevado desde setembro de 2010 (63,3 pontos).
O Brasil precisa deixar de ser um país voltado para o assistencialismo e focar em ser uma nação produtiva, com um olhar cuidadoso sobre os mais necessitados. O melhor projeto social é emprego, e o país precisa voltar a crescer e gerar emprego. Atualmente segundo o IBGE, a taxa de desemprego é de 11,7% no encerramento do trimestre em outubro, melhorou frente aos 12,3 de julho, mas ainda continua alto. A população desocupada (12,4 milhões) caiu -4,0% (menos 517 mil pessoas) frente ao trimestre de maio a julho de 2018. O fortalecimento da indústria nacional é fundamental para geração de emprego. O setor de prestação de serviços e o comercio se beneficiam, e os aumentos nas vendas geram contratações, trata-se de um ciclo virtuoso que se retroalimenta, gerando mais impostos para os entes federativos, o que teoricamente deveria significar melhora nos serviços públicos prestados.
Mas para isso acontecer é preciso algumas ações do governo federal em pelo menos quatro frentes: a primeira é fechar a sangria da corrupção; a segunda promover a reforma tributária e previdenciária; a terceira é investimento em infraestrutura, algumas dessas ações terão efeito imediato assim que implementadas; já a quarta ação é inserir na grade curricular do ensino fundamental Educação Financeira, Ética e Cidadania, e Meio Ambiente visando formar cidadãos mais críticos, reflexivos, sustentáveis e com melhor visão de futuro, promovendo de forma gradativa a mudança de mentalidade na população, fundamental para construir de forma individual e coletiva um futuro melhor.
Márcio de Paula – Editor