Após ser libertado na quarta-feira (3) do Complexo Médico-Penal em Pinhais (PR), o ex-ministro José Dirceu chegou a seu apartamento em Brasília nesta noite e foi cercado por manifestantes favoráveis à Operação Lava Jato e contra a saída dele da prisão. Cerca de 150 pessoas, entre moradores do bairro Sudoeste e integrantes do movimento Nas Ruas, aguardavam a chegada de Dirceu, que veio de carro de Curitiba até a capital federal, parando em São Paulo.
Quando o carro em que estava o ex-ministro chegou à quadra, os manifestantes reconheceram Dirceu, conseguiram entrar na garagem do prédio e, juntamente com a imprensa, acompanharam o trajeto do veículo, que ficou dando voltas, na tentativa de despistá-los.
A Polícia Militar, que já estava no local, buscou um acordo com as pessoas que estavam na garagem para que Dirceu pudesse caminhar até o elevador e foi feita uma tentativa de isolamento.
Com a confusão, a polícia usou spray de pimenta contra os manifestantes. Um cinegrafista foi atingido diretamente por um jato disparado por um policial. O próprio ex-ministro, quando desceu do carro, teve que esfregar os olhos para aliviar os efeitos do spray.
Aos gritos de “ladrão”, “vai voltar para a cadeia” e “ele não tem que estar solto”, os manifestante, que portavam faixas de apoio ao juiz federal Sérgio Moro e à Operação Lava Jato. Do lado de fora do prédio, manifestantes carregavam um boneco inflável com a imagem do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a determinação de usar tornozeleira eletrônica, Dirceu foi solto pelo magistrado um dia após a decisão da Segunda Turma do SFT, que, por maioria, entendeu que havia excesso de prazo na prisão preventiva do ex-chefe da Casa Civil.
Agência Brasil