O Brasil enfrenta novamente uma crise com inflação na casa dos dois dígitos, o que não acontecia a anos. Esse cenário corrói o salário de todos, sobretudo, do trabalhador com menor renda. O Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) aponta que a inflação oficial do país fechou o ano de 2015 em 10,67%, a maior taxa desde 2002, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa alta é sentida em todos os segmentos, principalmente nas compras de alimentos. Nesse caso, a principal ferramenta do consumidor é comparar os preços.
A estudante de engenharia Angélica Ferreira (24) trabalha como auxiliar administrativa e disse sentir a alta dos preços. Ela destacou não ter o hábito de fazer pesquisa. “Vou sempre ao mesmo supermercado, mas percebo o aumento nos preços em relação aos meses anteriores. Com o mesmo valor hoje compro menos produtos”, diz Angélica que ainda destacou que seu pai, o sr. Ronaldo Ferreira, sempre faz pesquisa antes das compras.
Concorrência
De acordo com o economista Amaury Gonçalves a pesquisa ‘obriga’ o mercado a praticar preços cada vez menores em função da vigilância do consumidor. “Numa sociedade que não faz esse tipo de pesquisa há uma grande discrepância e variação de preços do mesmo produto entre as lojas. Com essa vigilância os empresários passam a praticar preços mais homogêneos, então ela é significativa e muito importante para garantia da competição e preços mais baixos”, destaca Amaury.
Economia
O grande desafio na relação de consumo é poupar tempo e dinheiro. Muitas pessoas se abstém de fazer pesquisas em função da correria do dia a dia. Mas também há quem prefira investir um pouco mais de tempo visando maior economia. É o caso de Ronaldo Ferreira (57) morador do bairro Primavera em Timóteo. Antes de fazer as compras ele geralmente passa por três supermercados, inclusive em cidades diferentes. “Compensa fazer a pesquisa. Moro em Timóteo e muitas vezes antes de comprar vou a dois supermercados aqui, e um em Cel Fabriciano. O que gasto em combustível às vezes é compensado com a economia que faço em apenas um produto. Principalmente se for um volume maior de compra é fundamental pesquisar”, enfatiza Ronaldo.
É comum chegar ao supermercado é encontrar alguém lamentando a alta dos preços. Muitos já diminuíram a quantidade de produtos, outros mudaram a marca por uma mais barata, mas ainda sim, o poder de compra vem diminuindo.
Função social
A pesquisa de preços gera economia pessoal, pois quando há uma tabela com os produtos do mês, o consumidor consegue muito pontualmente administrar os gastos e o aumento no custo das mercadorias. “Ele também tem melhor condição de saber se é real a promoção ofertada, porque às vezes a empresa aumenta o valor na véspera e desconta o no dia seguinte”, alertou Amaury. Há também casos onde a empresa apenas coloca a palavra ‘Promoção’ acima do produto sem reduzir o preço. Segundo o funcionário de um supermercado, nesses casos geralmente a venda aumenta significativamente, mesmo o produto com o preço normal.
Para o economista quem pesquisa ainda presta um relevante trabalho social, pois ajuda a regulamentar o mercado.
Pesquisa pronta
Em tempos de crise, economia instável e aumento do desemprego o melhor a fazer é valorizar os recursos que tem disponíveis. É justamente com o objetivo de poupar tempo e dinheiro do consumidor que o jornal O Informante relança a partir dessa edição as pesquisas de preços de supermercados.“Essa é a vocação do jornal, levar informação de qualidade e relevância. Quando começamos à 20 anos O Informante era somente de pesquisas, mas com o controle da inflação e estabilidade dos preços, mudamos o perfil do jornal . Contudo, o cenário econômico mudou e com a volta da inflação a pesquisa se mostra novamente uma ferramenta fundamental. O objetivo é gerar economia e otimizar o tempo do consumidor”, destacou o diretor do jornal O Informante Márcio de Paula.
Metodologia
Na pesquisa realizada pelo O Informante alguém da equipe vai ao supermercado e coleta os preços in loco. “Vale lembrar que os supermercados não tem a obrigação de manutenção dos preços durante a vigência do jornal, pois não se trata de publicidade veiculadas por eles, mas sim de uma prestação de serviço realizada pelo jornal O Informante”, considera Márcio de Paula.