Editorial –
Está marcada para o dia 13 de julho a posse do prefeito eleito em Timóteo. A eleição extemporânea do município teve uma diferença surpreendente entre o primeiro colocado Douglas Willkys (PSB)18.181 votos (48,28% votos) e os demais candidatos, algo inesperado até para o próprio vencedor das eleições. Nesse pleito há quem saiu maior e menor do que entrou.
Evidentemente o grande vitorioso foi Douglas Willkys (PSB), não apenas pela eleição, mas pela consolidação de uma nova liderança política no cenário municipal e regional. Com apenas 31 anos e tendo capitaneado o discurso do novo, era o político mais experiente do pleito e o único a ter disputado uma eleição como candidato a prefeito. Douglas saiu de um quinto lugar na última eleição de 2016 vencida por Geraldo Hilário para o primeiro cerca de dois anos depois. Ele vem acumulando feitos relevantes; foi eleito vereador com apenas 21 anos, depois presidente da Câmara aos 23 anos e agora prefeito. Herdará uma prefeitura aparentemente em regular estado financeiro, algo que não acontece há tempos. Com pouco mais de dois anos de mandato poderá fazer muito pela cidade.
Dr. Renato (MDB) foi o segundo colocado na eleição com 9.748 votos (25,89%). Teve uma passagem discreta como vice prefeito no mandato de Keisson Drumond. Foi o candidato do grupo do ex prefeito Geraldo Hilário, que o ajudou a subir nas pesquisas no inicio da corrida eleitoral. Dr. Renato corria o risco de ser apenas o candidato do ex prefeito, mas no final da disputa trouxe para si maior protagonismo na campanha e se consolidou como uma alternativa. Pouco conhecido no inicio do pleito, Dr. Renato perdeu a eleição, mas saiu dela maior do que entrou.
Adriano Alvarenga (PMB) ficou em terceiro lugar com 8.345 votos (22,16%), e voltará para a câmara municipal para dar sequencia ao eu o mandato de vereador. Quando se tornou Presidente da Câmara sabia da possibilidade de virar prefeito em função de uma possível cassação do mandado de Geraldo Hilário. Como estava no seu roteiro, se tornou prefeito, e disputou a eleição exercendo o cargo. No Vale do Aço presidentes das Câmaras ascendido ao poder em função de cassação do prefeito, tem ganhado as eleições, como aconteceu com Robson Gomes e Nardyello Rocha em Ipatinga, mas em Timóteo foi diferente. O rompimento do contrato com a Copasa na véspera da eleição pegou mal, o Ministério Público o denunciou por isso. Adriano Alvarenga que já era o prefeito e tem um irmão deputado estadual, certamente perdeu uma grande oportunidade, entrou no pleito como um dos favoritos e saiu dessa eleição em terceiro lugar numa situação pior que entrou.
Carlos Vasconcelos (PCdoB) foi o quarto colocado com 1.380 (3,66%). Ex vice prefeito do último governo de Geraldo Hilário e ex presidente do Metasita, Carlos tinha por objetivo se consolidar como uma liderança política no município, e dependendo do quanto avançasse, poderia até brigar pela prefeitura, mas pouco conhecido e com pouco tempo para campanha não conseguiu decolar sua candidatura, ficou apenas com 3% das intenções de votos. Queimou um cartucho que pode ter comprometido suas intenções políticas. Saiu mais conhecido do que entrou, mas para suas pretensões políticas, perdeu mais que ganhou.
Quem aumentou sua margem de questionamento nessas eleições foram os institutos de pesquisas. Com a credibilidade cada vez mais em cheque, até os institutos mais sérios, foram ineficientes para identificar a preferência do eleitor timotense. Está na hora que começar a repensar a metodologia nesses novos tempos para resultados mais verossímeis.
Quem também saiu perdendo nessa eleição foi à própria política. Com a pulverização do fake news e ataques pessoais de toda ordem, o cidadão passou a questionar se realmente compensa entrar na política, contudo, a omissão é sempre o pior caminho. As abstenções, votos brancos e votos nulos somaram cerca de 40%, e demonstram o descrédito da classe política junto ao eleitor.
Editor
Márcio de Paula