O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos totalizou R$ 7.579,25 milhões em setembro, crescimento de 0,1% em relação a agosto, e de 2,2% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Os números proporcionaram um crescimento na taxa acumulada no ano de 1,2% até setembro. Os dados foram divulgados hoje (29/10) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
A gerente de economia e estatística da associação, Maria Cristina Zanella, disse que o resultado positivo ainda é pequeno. “Ano passado contamos com o bom desempenho do mercado externo e esse ano ao contrário, o mercado externo está fraco, várias economias em desaceleração, nossos parceiros em crise, isso fez com que os nossas exportações recuassem, mas ainda assim o mercado interno manteve um crescimento importante, que faz com que as nossas vendas no período mantivessem taxa de crescimento”.
As vendas internas também apresentaram resultado positivo em setembro, com 6,8% de crescimento na comparação com o mês anterior. Já na comparação com o mesmo período de 2018, o aumento foi 8,2%.
Segundo a Abimaq, o crescimento interno foi puxado pelas vendas de máquinas para celulose, máquinas para agricultura e indústria de transformação.
Setembro não foi positivo para as exportações. As exportações, que em 2018 tiveram importante papel no crescimento registrado pelo setor, segundo a Abimaq, neste ano esbarrou num ambiente mundial em desaceleração que levou ao seu encolhimento em 4,5% no acumulado do ano.
Em setembro, as exportações de máquinas e equipamentos apresentaram queda de 10,6% sobre o mês de agosto, mas crescimento de 0,1% sobre o mesmo mês de 2018.
Para a entidade, o crescimento acumulado de 1,2% no ano, abaixo das expectativas, é reflexo desta perda de fôlego das vendas no mercado internacional.
As vendas para a América Latina, que no passado chegaram a superar a marca de 50% do total exportado, neste ano tiveram sua participação deteriorada por conta da retração em diversos países. Só a Argentina teve queda de 38%, seguido de Paraguai (-27%) e Chile (-8%).
“Acredito que os negócios não serão afetados, poderá ter algum ruído, é o que está afetando não é tanto a política, mas a situação econômica da Argentina, vamos torcer para que o país complete seu ciclo recessivo como nós estamos completando e volte a crescer, voltando a crescer, nossas exportações irão aumentar”, comentou o consultor da presidência Mário Bernardini sobre o novo governo eleito na Argentina.
O desempenho positivo em setembro ocorreu apenas no setor de fabricante de máquinas para logística e construção civil, puxado pelo aumento de 5,4% nas vendas de máquinas rodoviárias.
As importações de máquinas recuaram 28,4% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda está relacionada a base de comparação. O mês de agosto estava inflacionado pela aquisição de sondas no valor de US$ 590 milhões.
Na opinião do assessor da presidência Mário Bernardini, a retomada do crescimento não virá das exportações. “Claro que se elas recuperarem ajuda, mas o crescimento deverá vir de recursos internos, é cada vez mais importante que o governo tenha sensibilidade de colocar, junto ao ajuste fiscal, algumas medidas que possam auxiliar a retomada do crescimento com investimentos em infraestrutura”.
Quanto ao nível de emprego, setembro registrou uma queda de 0,3%, com 307.688 pessoas ocupadas no setor. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve crescimento de 3,7%.
Fonte: Agência Brasil