A necessidade de ampliação do debate político e a contribuição da Vox

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A necessidade de ampliação do debate político e a contribuição da Vox

Foto: Elvira Nascimento

Foto: Elvira Nascimento

Editorial – Por Márcio de Paula

Está acontecendo um movimento no cenário político do Vale do Aço que merece uma reflexão, a forma como a Rádio e Portal Vox FM tem jogado luz nas questões políticas e alimentado o debate, bem antes do período eleitoral.

Independente de o cidadão gostar ou não de política, ela permeia o dia a dia da população em todos os níveis, seja do mais próspero ao de maior vulnerabilidade social.

Quando se fala em política, muitos pensam apenas nas eleições que no Brasil acontecem de dois em dois anos, mas segurança pública, cultura, lazer, entretenimento, mobilidade urbana, emprego e até estragos produzidos pelas condições climáticas, tem haver com política.

De uma forma equivocada, muitos acham que o papel do cidadão se limita ao ato de votação, realmente é fundamental, mas a cidadania vai muito além disso, está nas práticas diárias, nas ações, no respeito e na cobrança a quem foi eleito para defender os direitos e interesses da população.

Outros tantos acham que defender o seu político preferido e atacar o seu opositor é o grande ato de cidadania. A maioria equivocadamente acredita participar de um debate de ideias, quando na verdade estão apenas defendendo posições rígidas, por vezes de forma agressiva, e sem se permitir ouvir qualquer opinião que não seja igual a sua.

Infelizmente, se perguntar a maior parte da população, inclusive aos mais exaltados partidariamente, em quem votou para deputado estadual, federal e senador na última eleição, poucos saberão dizer. Alguns terão dificuldade pra lembrar em qual vereador votou. E se perguntar a essa pessoa sobre alguma proposta do eleito, ou como votou em algum projeto importante seja na esfera municipal, estadual ou federal, a maioria não saberá apontar um único projeto nos últimos quatros anos, demonstrando que no quesito cidadania, ainda há muito por avançar.

Mas esse fenômeno da falta de informação e senso crítico da população, e, sobretudo, de interesse durante o mandato do eleito, não acontece impunemente, essa é a vontade dos próprios políticos, é cômodo para eles. Assim podem agir como melhor convém de acordo com seus interesses ou de algum grupinho político que representa, o que quase sempre não se identifica com as necessidades da população. No atual contexto, nem são cobrados por isso, um bom exemplo são as votação para aumento substancial de cargas tributárias nas mais variadas instâncias, sobrecarregam ainda mais a população vara atender ao apetite de gastança do poder executivo vigente.

E nesse sentido o debate político promovido pela Vox antes do período eleitoral é fundamental para expansão do senso crítico da população do Vale do Aço. Pensar e discutir política somente ao final do período eleitoral como acontece há décadas têm sido absolutamente nocivo para a população.

As campanhas, de forma geral, se resumiram a ataque, defesa e contra-ataque sem que seja apresentado um plano de governo viável e realizável, com indicativos de como pretende realizar ao eleitor.

A última eleição presidencial foi um marco dessa falta de projeto e do atrofiamento do debate, e se resumiu basicamente em colocar o outro como vilão e se colocar como antídoto. O presidente Lula foi eleito sem apresentar à população um Plano de Governo, que aliás, o fez, mas retirou no mesmo dia por ser muito polêmico. E faltando 4 dias para a eleição, ainda sem apresentar um Plano de Governo, soltou uma “Carta Aberta” à população com 13 propostas. Isso foi o ápice do atrofiamento do debate político. Assim como também os debates entre Lula e Bolsonaro que se resumiram em acusações e agressões mútuas, mas com poucas apresentações de projetos para tantos problemas do país.

É importante compreender que esse editorial não se trata de apontar o dedo para o presidente eleito, ou qualquer outro, mas de uma reflexão sobre o processo intencional de atrofiamento de propostas para ser eleito nesse país, seja na esfera federal, estadual ou municipal. A escolha do voto, muitas vezes é por exclusão, ou seja, o primeiro critério para votação é quem não quer que vença a eleição, e a partir daí, vota no seu maior opositor, e não necessariamente quem apresentou o melhor projeto, que pode não ser nenhum desses.

Os debates de pré-candidatos a prefeitos de Timóteo, Cel. Fabriciano e Ipatinga realizados pela Vox tem dois grandes méritos: o primeiro é a necessidade de debater projetos, não dá pra ficar só no ataque com tanto tempo antes da eleição; o segundo é jogar responsabilidade nos ditos “pré-candidatos”.

Há uma prática muito comum na política há décadas onde uma pessoa se coloca como pré-candidato (a) apenas para defender interesses particulares ou do seu pequeno grupo político. Assim ganha alguma notoriedade no cenário político municipal, para tentar negociar seu nome para um possível cargo de vice, ou uma secretaria para se alocar, e também aos seus, enganando assim seus possíveis eleitores, que por vezes responderam que votariam nele em alguma pesquisa de intenção de voto, dando-lhe sem saber, maior poder de negociação para alcançar seu verdadeiro objetivo, que era apenas descolar uma “boquinha” no futuro governo.

Ao participar de um debate ele assume um compromisso público que até então não havia assumido, e cria um cenário de maior constrangimento para no mesmo pleito, pedir depois voto para aquele que era, até então, seu concorrente na disputa eleitoral.

É preciso pensar política ao longo dos mandatos, e no caso de uma eleição, discutir pelo maior tempo possível os projetos, porque serão eles que nortearão os futuros governos. Sem esse norte, muitos passam anos no mandato, recebendo polpudos salários pagos com dinheiro da população, apenas “apagando incêndio”, porque ganharam uma eleição sem plano claro sobre o que queriam fazer e onde pretendiam chegar. Mais parecem uma embarcação à deriva sem um farol ou bússola para direcionar o caminho.

Já passou da hora da população começar a exigir projeto para um político ser merecedor do seu voto. É preciso aprofundar na discussão, no debate, expandir a visão e, principalmente, aprimorar o senso crítico.