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Será que dessa vez vai? Especialistas falam sobre o que impede a realização das metas

É preciso romper os padrões limitantes para entrar o ano novo com novas perspectivas

É preciso romper os padrões limitantes para entrar o ano novo com novas perspectivas

Por Márcio de Paula – 

Passada a empolgação da virada de ano com a volta à rotina, muitos começam a ficar preocupados pela percepção que quase nada mudou, a não ser alguns quilinhos a mais como resultado das festividades ou pelo novo contexto político do país.

Há um ritual, e todo final de ano é quase sempre a mesma coisa. As pessoas renovam a esperança, se animam, algumas traçam planos, outras preferem confiar na força do acaso, mas poucas fazem realmente acontecer um novo ciclo. Na maioria das vezes, porque os padrões comportamentais continuam os mesmo, impedindo  de avançarem.

Mas calma, não precisa desesperar, é só o início do ano, e há tempo para promover transformação significativa na vida, contudo, é preciso adquirir novos conhecimentos e promover um olhar honesto e racional sobre si. Com esse objetivo a reportagem do jornal O Informante ouviu especialistas de diferentes setores que explicam porque a maioria das pessoas não conseguem os resultados desejados. É preciso analisar seus sabotadores, e mudar padrões, comportamentos e atitudes.

Sabotadores

De acordo com Lídia Batista, Coach, psicóloga, palestrante e especialista em Desenvolvimento Humano e Programação Neuroliguística (PNL), a maioria das pessoas tem sonhos, como casa própria, viagem internacional, cursos, mas não os transformam em metas, com data marcada para realizar.

Segundo ela, por vezes, a própria pessoa se sabota sem perceber. Lidia cita os sabotadores descrito no livro Inteligência Positiva, do autor  Shirzad Chamine, presidente da CTI (Coaches Training Institute), a maior organização de formação em coaching do mundo. De acordo com o livro, apenas 20% das pessoas, conseguem alcançar um nível satisfatório de performance. Lídia destaca abaixo os 10 maiores sabotadores:

A Coach Lídia Batista fala como identificar os sabotadores internos

A Coach Lídia Batista fala como identificar os sabotadores internos

 

  1. Crítico: “O crítico é considerado o principal dos sabotadores, e afeta todos pelo seu potencial destrutivo, procurando defeito em tudo, em si mesmo e nos outros, o que gera muita ansiedade, estresse, vergonha e culpa”.
  2. Insistente: “Essa é perfeccionista, tem necessidade profunda de organização, mas isso é levado longe demais. Ela estressa, e deixa as pessoas ao redor ansiosas e nervosas. E isso drena a energia do Insistente, porque investe muito tempo, buscando a perfeição. Uma característica dessa pessoa é a frustação, tanto com ela, como com os outros”.
  3. Prestativo: “Esse é aquele que está sempre fazendo pelo outro. Tenta ganhar aceitação ajudando, agradando, e está sempre disponível. Mas isso faz com que ele se perca de vista, não priorizando suas necessidades e interesses. É característica dele ficar ressentido porque é muito prestativo, ajuda muito o outro, e não recebe isso em troca”.
  4. Hiperrealizador: “Esse faz muito, se avalia e avalia o outro o tempo todo. Está sempre buscando novas conquistas para ter respeito e auto avalição positiva. Sempre está em busca do sucesso, mas isso pode fazer ele perder contato com as necessidades emocionais e de relacionamentos”.
  5. Vítima: “Essa pessoa sempre se faz de vítima, é muito temperamental e emotiva, como forma de procurar afeto e atenção. O foco é extremo no sentimento, sobretudo, nos mais dolorosos. Foca muito nos problemas. Fica desperdiçando sua energia vital e mental. Quem está do lado da Vítima,  fica frustrada e impotente porque nunca conseguem agradá-la. E se ela é vítima, o outro sempre é o culpado.
  6. Hiper-racional: “Essa pessoa precisa racionalizar tudo, e por vezes, fica impaciente com as emoções do outro. Não gasta muito tempo para ouvir ou para cuidar dos relacionamentos. É vista como fria e distante, intelectualmente arrogante, e isso vai limitando a profundidade dos relacionamentos, porque quer explicação pra tudo. Acaba intimidando as outras pessoas que são menos analíticas. O hiper-racional dá menos valor para as pessoas que tem uma análise crítica menos apurada”.
  7. Hipervigilante: “Esse fica em constante estado de alerta, sempre pensando no pior. Sente muita ansiedade, isso resulta em um estresse contínuo. Ele fica muito exaurido”.
  8. Inquieto: Está constantemente buscando emoções. É inquieto e vive em busca da próxima atividade, procurando se manter ocupado. E isso faz perder o foco, por fazer uma coisa atrás da outra. Nos relacionamentos, as pessoas do entorno se sentem distante do inquieto, porque ele está sempre ocupado.
  9. Controlador: “Como o nome diz, essa pessoa tem a necessidade exagerada de estar no comando. Isso gera alta ansiedade. É mais impaciente pelo mundo não ser do jeito que ele quer. Na visão dele, ou está no controle, ou a situação está fora de controle”.
  10. Esquivo: “Essa pessoa se concentra no aspecto positivo, no prazeroso de maneira extrema. Evita tarefa difícil vai protelando conversas desagradáveis, e evita ao máximo conflito. Ela também tem tendência a procrastinar. A consequência é juntar vários conflitos não resolvidos, e depois ‘explodir’. Outra caraterística é atraso na entrega dos prazos.

 

Segundo Lídia, o primeiro passo para alcançar o objetivo de ano novo  de forma consistente é se conhecer. “É preciso cultivar hábitos para aprender a enfraquecer os sabotadores. A primeira coisa é identificar e conhecer a verdade sobre nós. De uma forma geral, a pessoa tende a achar que ela é isso ou aquilo. Os sabotadores ocupam o espaço, mas não é a gente, é apenas a forma como respondermos ao mundo”, esclarece.

“Sempre que não estamos avançando, precisamos ficar em um lugar neutro, na posição de observador, para conhecer o sabotador e perceber o quanto de energia ele consome. Também é preciso questionar quem está mandando, o sabotador através do comportamento, ou você através de ações conscientes”, alerta Lídia.

Makaliston Brito destaca a Educação Financeira

Makaliston Brito destaca a  importância da organização na Educação Financeira

Educação Financeira

O economista, professor, consultor, palestrante e especialista em Educação Financeira, Makaliston Brito, destaca que organização é fundamental para realização dos objetivos propostos no início do ano. “O maior desafio quando falamos de educação financeira ou de sucesso financeiro sempre será uma palavra: ORGANIZAÇÃO. Não tem outro caminho, não existe uma fórmula mágica, a organização norteia tudo. Falo de tudo aquilo que proponho fazer, deixando claro nas minhas anotações o futuro que realmente eu quero”, diz.

Segundo Makaliston, as pessoas têm dificuldade de obedecer a organização que ela mesmo propôs. “Essa dificuldade está ligada à disciplina. Por vezes, até deixa tudo claro, só que a parte principal, a execução,  acaba não acontecendo por falta de disciplina”.

O professor lembra que não adianta apenas querer, é preciso também uma metodologia: “Primeiro é preciso traçar uma meta pequena e executar. A partir daí você traça outras metas, outra pequena, uma média e uma grande, porque tudo que você treina, fica bom”, sugere Makaliston, que complementa: “Os nossos sonhos e planos só fazem real sentido, se forem executados. Sonhos são construídos para serem realizados”, decreta.

A psicóloga Mércia Martins promove alguns questionamentos

A psicóloga Mércia Martins promove alguns questionamentos

O percurso

De acordo com a psicóloga Mércia Martins é preciso  sonhar, pensar, analisar, questionar, e por vezes, redesenhar o percurso para chegar ao destino. “O primeiro ato é realmente saber identificar, e separar a prioridade para esse ano que se inicia. Objetivos concretos que você tem a chance de realizar”, diz.

Para Mércia Martins, alguns questionamentos são necessários visando  chegar ao objetivo. “O que estou fazendo para a meta acontecer? Quais meus futuros passos? Esse caminho está dando certo? Tenho um plano B? Comece a se questionar, e a partir dai, mudar o comportamento diário. Se já tentou varias vezes o mesmo caminho, não é melhor mudar o foco ou o percurso?”, questiona.

Para a psicóloga o ideal é fazer uma lista com 3 objetivos concretos e lutar para resolve-los durante o ano,  a começar pelas pequenas realizações, que vão o forjando para conseguir as grandes. “Se atingir essas três metas, depois coloca mais uma. Mas também se dê tempo e prazer para desfrutar a vitória, e até descansar um pouco, para não virar um robô somente atrás de metas”, alerta.

O caminho geralmente é desafiante, mas repleto de aprendizado e autoconhecimento, como enfatiza Mércia. “Nessa busca de ir atrás dos sonhos/objetivos, automaticamente estamos indo a uma viagem do nosso EU interior, nos conhecendo mais, entendendo nosso comportamento, e vendo o que podemos mudar para evoluir diariamente. Tem momentos de luta, de descanso e outros de estudo, visando mudar a rota, se necessário for”.

A psicóloga realça ser o fim e o começo do ano um período propício a reflexão. “A mudança de ano vêm com uma autorreflexão sobre o que fizemos e podemos fazer. Que sejamos transformação e evolução sempre”, finaliza Mércia Martins.