Após um considerável hiato em função da pandemia, uma das maiores feiras de todo estado de Minas Gerias, volta a acontecer em Timóteo, a Expo Inox.
Em função de todo o contexto, a quarta edição, tem um apelo ainda mais especial. A expectativa é de cerca de 45 mil pessoas nos quatro dias de evento.
Além dos espaços destinados às empresas como indústria, comércio e prestação de serviço, a Feira ainda conta com grandes shows como Fernandinho, Thiaguinho e Helber e Alan, além dos shows regionais.
Mas para entender melhor o longo percurso que culminou na Feira, é preciso voltar um pouco na história do seu idealizador, Bruno Freire, e traçar uma ordem cronológica dos acontecimentos que vai culminar na Expo Inox 2022.
Início
Integrante de uma família que tinha experiência na vida cultural de Timóteo, Bruno Freire realizou seu primeiro evento ainda com 16 anos, na sede da Escola de Samba Bocas Brancas. Depois montou o site MaisVip, fazia fotos em eventos e postava no site. Na época, nem todo mundo tinha acesso à internet, e muitas fotos eram visualizadas nos computadores das escolas, faculdades ou no trabalho. Com maior acesso a internet, aumentou também o alcance da marca MaisVip, como relata Bruno Freire à reportagem do Jornal O Informante.
“Não me contentei em trabalhar apenas com cobertura de eventos, quis fazer os meus. Comecei a promover eventos na Campestre (Acesita Esporte Clube), Sítio do Toquinho, Casa de Campo, até chegar ao lançamento do MaisViP Café em 2003”, lembra Bruno.
O MaisVip Café foi uma casa noturna no centro norte de Timóteo. Para ele, esse foi o momento mais difícil, mas também de maior aprendizado. “Foi uma experiência administrativa não muito boa, porque a gente quebrou, então quando você quebra, fica 1 ano e meio e sai com dívidas, aprende muito sobre aquilo”, diz.
Revista MaisVip
Nesse período de maior desafio, se fortaleceu a união entre Bruno Freire e Anelise Goper, com quem viria mais tarde a se casar, constituir família e trabalhar em parceria, como sócios. Ela como uma espécie de retaguarda, e ele a flecha. Foram se fortalecendo com a soma de diferentes características em prol dos mesmos objetivos. “Lançamos a Revista MaisVip, e aconteceu mais um hiato nos eventos, mas depois voltou aquela fagulhinha,” relembrou Bruno.
Eventos
Nos bailes promovidos pela Revista MaisVip, ocorriam premiações em diferentes setores, o que serviu como start para o processo de segmentação, que iria mais tarde, culminar nas Feiras. Com o network expandindo e contato com vários segmentos mercadológicos, identificou-se a necessidade de eventos direcionados a cada setor.
“Começamos a fazer os Bailes da Revista, mas eles não eram suficientes para gente, e realizamos a primeira Feira em 2015, a de Noivas. Aquilo puxou para Feira de Decoração, Infantil, de Moda, até esse projeto da Expo Inox. Em 2005 e 2006 já sonhávamos com ela, queríamos fazer uma feira em Timóteo com o nome Inox, mas não tínhamos condições financeiras e nem capacidade técnica para isso,” relata.
Diante do sonho definido, em 2017 já com expertise em promoção de Feiras, Bruno saiu à procura de parceiros para tirar o projeto do papel. “Tive o apoio de muita gente boa: o Ronam Delfim era presidente da Associação Comercial na época e apoiou muito; Geraldo Hilário era o prefeito da cidade, levei o projeto e na hora ele falou: ‘Estamos juntos’; a Fundação Aperam Acesita através do seu presidente Venilson Vitorino também nos apoiou. Nós já tínhamos os clientes através da revista, então, foi juntar tudo”, enumerou.
Expo inox
A primeira Expo Inox aconteceu no antigo Clube Alfa, local onde aconteciam os grandes eventos de Timóteo. Com o fechando do clube, houve a princípio uma grande apreensão, mas foi a partir daí, que a Feira tomou uma dimensão ainda maior.
“Fizemos a primeira Expo Inox e foi um sucesso. Ela se manteve estável, mas o Alfa fechou e viemos para Praça em 2019. Era uma incógnita sobre o que iria acontecer, mas foi aquela explosão. Ninguém esperava aquilo, nem nós. Foram 37.000 pessoas, 3 dias, 107 empresas expositoras, e mostrou que a cidade tem uma vocação para Feira”, destaca.
O município
Timóteo carrega no seu “DNA” algumas características que foram resgatadas com a Expo Inox e que estavam se perdendo. No município já aconteceu a Expotec, uma relevante feira voltada para indústria, e também foi berço de históricos eventos culturais com participação em massa do público, como o Uirapuru, carnaval, entre outros.
“Timóteo tem um potencial fantástico. Tivemos a felicidade de produzir os últimos três carnavais da cidade, 2009,2010 e 2012, fomos contratados pra fazer. O município tem um ar de cidade pequena, mas um potencial de cidade grande, e essa Feira prova isso. Estamos trazendo gente do Brasil inteiro, uns vem pela indústria, outros pelo show e outros pelo comércio. É uma cidade diferenciada que poderia ser mais bem explorada, e estamos aqui dando a nossa pequena contribuição”.
Ainda sobre os diferenciais de Timóteo, há de se destacar a segurança, algo inerente aos grandes eventos no município. “Dentro do evento há sempre muita segurança, mas impressiona no entorno. Nos reunimos com a Polícia Militar e na última Expo Inox, com mais de 37 mil pessoas, teve zero ocorrência policial em todos os dias do evento. Não foi registrado nenhum roupo de carro, celular, brigas ou agressões. Com todo respeito aos outros municípios do Vale do Aço, costumamos tem muitas ocorrências no entorno, mas em Timóteo isso é diferente”, enaltece Freire.
Emoção
Mesmo com toda experiência, o empresário estava visivelmente ansioso e emocionado com a Expo Inox 2022. Não apenas por ser o maior evento, mas por todo contexto que incluiu as incertezas e dificuldades inerentes aos últimos anos, além da representatividade da Feira na sua cidade natal.
“Essa Feira é a que mais mexe comigo, as outras fazemos com muito empenho e esmero, mas essa é minha cidade, apesar de não morar mais aqui. A Expo Inox mexe com todo mundo, poder público, expositores, indústria, artistas, moradores e todo comércio local. Todos dão o seu melhor, não só a gente,” enfatiza Bruno.
Durante a pandemia, mesmo nos períodos mais críticos, Bruno Freire sempre se mostrou otimista, dizia que aquela fase difícil iria passar e esperava que voltassem todos mais fortes, e foi exatamente o que aconteceu com a Expo Inox.