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Qual é o seu sonho?

A reportagem do jornal O Informante foi às ruas ouvir as pessoas sobre um assunto relevante, e por muitos, já esquecido: o sonho

A reportagem do jornal O Informante foi às ruas ouvir as pessoas sobre um assunto relevante, e por muitos, já esquecido: o sonho

Por Márcio de Paula – 

Aproveitando o clima de renovação das esperanças com o início de um novo ciclo , a reportagem do Jornal O Informante foi às ruas ouvir pessoas sobre um tema relevante, mas por muitos, já esquecido: o sonho. O assunto não foi tratado de forma lúdica e distante, mas como algo concreto, norteador, um objetivo real, afinal, um sonho bem definido pode servir como impulso, ou até reconexão quando se perde pelo caminho.
Segundo a psicóloga Mércia Martins, ter um sonho é importante para saber o que quer, aonde ir e avaliar se está no caminho correto. “Precisamos de um norte. De ter autoconhecimento suficiente para entender nossas limitações e onde podemos chegar. A partir do momento que não sabemos o que queremos, consequentemente ficamos perdidos, sem rumo, temos aquela sensação que andamos, mas não saímos do lugar e nada acontece”, esclarece Mércia Martins.
Na abordagem da reportagem do jornal O Informante, era contextualizado que seriam realizadas três perguntas, e explicado não haver resposta certa ou errada, assim como não ter problemas se a pessoa não tivesse resposta alguma para o tema.

Pesquisa
As perguntas eram: Qual é o seu sonho? Seu sonho depende só de você para ser realizado? Para quando estipulou a realização do seu sonho?
A professora aposentada Jussara Piramed, de 51 anos, tem um sonho claro, ir morar na praia (não estipulou uma específica), afirmou que não dependia apenas dela e a data para realização será o ano de 2023.
O Sr. Antônio Alves, de 81 anos, é operador de máquinas pesadas como trator, retroescavadeira, entre outras. Aposentou em 1991, mas ainda continua trabalhando. Ele afirmou que o seu sonho é terminar a construção de sua casa, disse depender apenas dele e não tinha estipulado uma data para concretizar o sonho.
Launa Salgado, de 15 anos, que está no primeiro ano do segundo grau, disse que seu sonho é “Ser alguém na Vida”, que dependia apenas dela e determinou para após os 18 anos a realização. Já o auxiliar de serviços gerais, de 41 anos, que lava carros nas ruas no centro norte de Timóteo, e pediu para não ser identificado, afirmou já ter realizado seu sonho, que é ter sua casa própria, e afirmou não ter mais nenhum.

Segundo a psicóloga é comum em alguns momentos pessoas terem dificuldades de saber o que realmente quer. “Adianto que é normal em determinada fase da vida não saber para onde ir. Por isso se conhecer é importante e irá contribuir muito nessa jornada”.
Mércia destacou que, por vezes, a pessoa até sabe aonde quer chegar, mas falta coragem para transformar em ação. “No consultório vejo muita falta de coragem ou determinação. Em grande parte as pessoas já sabem o que querem na vida, mas não estão preparadas para as consequencias que pode vir. E isso é muito grave, pois elas se tornam refém de seus comportamentos e não conseguem ter mais momentos felizes e prazerosos. Se perdem em frustrações e tristezas”, relata.
Harvard
O médico, escritor de autoajuda, nutrólogo, cardiologista, neurolinguista, palestrante e professor com passagem pela Harvard Medical School, Lair Ribeiro, destacou um importante experimento realizado na Universidade de Harvard. Segundo ele, em 1953, os formandos da universidade foram entrevistados. Eram várias as perguntas, e uma delas era qual o objetivo para os próximos 6 meses, 1, 5, 10, 15 e 20 anos após a formatura.

“Imagina perguntar isso para um jovem se formando, a maioria não tem a menor ideia, uma pequena minoria tinha uma ideia do que iria fazer, uma minoria menor ainda, ou seja, 3%, tinham por escrito o que iriam fazer nos próximos 6 meses, 1, 5, 10, 15 e 20 anos. Após 20 anos, em 1973, foram novamente entrevistados, e esses 3% que tinham por escrito o que iriam fazer da vida, valiam mais financeiramente que os 97% juntos”, afirmou Lair Ribeiro.
Segundo o médico, pesquisadores foram estudar porque tamanha diferença e chegaram a algumas conclusões: “a inteligência, origem familiar ou melhores notas não eram os motivos. A única variável estatisticamente significante comum a esse grupo de 3% era o fato de terem escrito o que queriam fazer”, afirmou o médico.
Segundo Ribeiro, uma coisa é pensar em uma meta, e outra é colocar no papel. A psicóloga Mércia acrescenta ser importante sonhar: “Precisamos ter sonhos, daí construímos metas e estudamos um plano para conseguir o objetivo”, corrobora.
Clareza
A estudante do curso de Medicina na UFVJM, Victória de Paula, de 21 anos, está no 5° período da universidade, e disse que seu maior sonho é ser mãe, afirmou que não depende apenas dela e pretende realizar o sonho em 2032.
A advogada Juscelaine Paterno Cordeiro, de 46 anos, falou sobre o sonho de passar em um concurso público, lembrou que só depende dela e pretende realizá-lo nesse ano.
Nathalia Beto, de 22 anos, é profissional de monitoramento, trabalha no Faixa Azul em Timóteo, tem o segundo grau completo e o sonho é ingressar numa faculdade. Disse depender apenas dela e estipulou esse ano de 2022 para a concretização.

Capacidade de sonhar
Aparentemente, à medida que o tempo passa, boa parte das pessoas vão perdendo a capacidade de sonhar. Isso tem haver com criação, correria do dia a dia e o fato de não se permitirem visão de vida além da atual realidade. “Isso tem haver. Se tornou um ciclo vicioso, meu avô criou o meu pai assim, e o mesmo me criou…e assim vai! Também os fatores externos e a realidade que a pessoa vive . O fato é que independente da forma de viver precisamos dos sonhos para motivar nossos dias,” acrescenta Mércia.
A manicure e pedicure Vania Ferreira, de 36 anos, tem como sonho a casa própria, disse que só depende dela e não estipulou um prazo para realização. Sua filha, Luana Ferreira, de 8 anos, está no 3° ano fundamental, disse que o seu sonho é o coronavirus acabar, sumir e afirmou não depender só dela. Luana espera que esse ano seu sonho se torne realidade.
André de Oliveira, 46 anos, empresário do setor do transporte, disse que nunca pensou nisso, afirmou apenas querer ter saúde para aproveitar as coisas que tem.

Redes sociais
Um fator contemporâneo que promove visões distorcidas em relação aos sonhos são as redes sociais. Muitos estão deixando de pensar no próprio para acompanhar os sonhos dos outros, que muitas vezes, é apenas um pequeno recorte da realidade ou algo produzido apenas para postagens.
“O medo de Freud está se tornando realidade. A cada dia a sociedade está ficando mais robotizada e superficial. Com isso o adoecimento mental só aumenta. E hoje não somente em adultos, mas também na infância e adolescência. Precisamos urgentemente aprender a usar a tecnologia a nosso favor e não nos acomodarmos com ela fazendo tudo”, disse à psicóloga que ainda emendou: “Não tenham vergonha de ter sonhos , não tenham vergonha de tentar,” orientou Mércia.

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