A avaliação dos pequenos negócios em relação ao cenário econômico atual e suas expectativas para o curto prazo se mantêm positivas, de acordo com a pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon). Em agosto, o índice alcançou 123 pontos, quatro acima do registrado em julho. É o maior patamar alcançado desde novembro do ano passado, quando a pesquisa foi lançada.
Em agosto, o setor mais confiante foi a Indústria. Já o segmento mais confiante permanece sendo o das empresas de Pequeno Porte, porém, o que mais influenciou o crescimento do índice foi o dos microempreendedores individuais (MEI). A pesquisa Iscon ouviu 2.759 empresários entre os dias 8e 20 de agosto.
De abril a agosto, o Iscon acumula um crescimento de 34 pontos, indicando uma melhora progressiva da avaliação dos donos dos pequenos negócios em relação à situação econômica, embora ainda com uma expectativa moderada. “O ânimo dos empreendedores tem melhorado nos últimos meses, mas está claro que que esse sentimento é influenciado mais pela expectativa ou pelo desejo de uma retomada econômica do que pela satisfação com a situação atual”, avalia Afonso Maria Rocha, superintendente do Sebrae Minas.
O Índice de Situação Esperada (ISE), que compõe o Iscon, demonstra claramente esta realidade. Em agosto, o ISE totalizou 140 pontos, 40 pontos acima do nível de tendência de estabilidade (100 pontos).
Já quando confrontados com a realidade dos negócios nos últimos três meses, os empresários acreditam que a situação tem piorado, uma vez que o Índice de Situação Recente (ISR) teve resultado de 88 pontos (12 abaixo do ponto de estabilidade de valor 100).
Cresce a confiança da Indústria
A Indústria deixou a posição de setor menos confiante em julho (117 pontos) para o mais otimista em agosto (126 pontos). “A pesquisa Iscon mostra um aumento expressivo das expectativas do setor em relação aos negócios de um modo geral”, destaca Rocha.
Construção Civil e Comércio ficaram em segundo lugar no Iscon de agosto, com 123 pontos. Serviços demonstraram a confiança mais baixa no mês: 122 pontos.
Pela primeira vez, a Construção Civil deixou a posição de setor mais confiante desde o início da série histórica do Iscon, iniciada em novembro de 2020. Além de regredir ao patamar de junho (123 pontos), foi também o único setor que não apresentou crescimento do Iscon em agosto. “O aumento nos custos de produção e das taxas de juros têm impactado fortemente o setor e explicam em parte essa queda na confiança”, destaca Rocha.
Serviços, apesar ter registrado o menor nível de confiança entre os setores, tem apresentado uma forte recuperação desde abril. Em julho, registrou uma variação de apenas um ponto em relação a junho, mas em agosto foi o segundo setor que mais cresceu em confiança, variando cinco pontos.
Assim como a Indústria e os Serviços, o Comércio apresentou o seu maior nível de confiança desde o início da série histórica da pesquisa Iscon. A melhora, entretanto, ocorreu apenas na percepção dos empresários quanto à situação dos últimos três meses, com aumento do ISR elevado em quatro pontos na comparação com julho. As expectativas para o futuro próximo (ISE) não sofreram alteração.
Iscon por porte
O crescimento geral do Iscon foi puxado pela variação na confiança dos MEI, que aumentou seis pontos em comparação a julho. A confiança das microempresas cresceu apenas um ponto. Já as pequenas empresas tiveram uma queda de dois pontos no Iscon de agosto quando comparado ao mês anterior, mas seguem na liderança geral por porte, com um Iscon de 132 pontos.