Uma rede solidária formada pelo Governo de Minas Gerais, iniciativa privada e entidades da sociedade civil em prol dos realizadores e empreendedores da Cultura e Turismo do estado. Essa é a proposta do “Arte Salva”, lançado pelo governador Romeu Zema nesta segunda-feira (1/6). O movimento reúne uma série de ações de apoio às cadeias produtivas dos dois setores, por meio de articulação e reforço logístico a campanhas de arrecadação de doações, de prestação de informações sobre acesso a políticas públicas, linhas de crédito, ações de capacitação, lançamento de editais e outras atividades.
Até o momento, mais de 60 parceiros já se juntaram ao movimento Arte Salva, que partiu de uma articulação da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) com diversos órgãos do governo, como Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Secretaria de Saúde (SES-MG), Servas, Defesa Civil, BDMG, Codemge e todo o sistema de Cultura do Estado, além de parcerias com empresas, associações, entidades e coletivos da sociedade civil e universidades, como Sesc em Minas e Cruz Vermelha.
Suporte emergencial
Segundo o governador, o objetivo do projeto é, a partir do diálogo e esforço conjunto de diversos segmentos, auxiliar com suporte emergencial profissionais e comunidades que se encontram em maior vulnerabilidade, como circenses, quilombolas, indígenas, artistas de rua, técnicos, artesãos, guias turísticos, garçons, artistas, músicos, entre outros.
“Com o advento da pandemia, nós sabemos que uma das categorias mais afetadas é a dos artistas, aqueles que trabalham em circos, nas ruas, em bares e casas de shows. Com a crise, todas essas aglomerações ficaram suspensas – e ainda deverão ficar por um bom tempo – e esses artistas foram muito afetados. Além deles estão os artesãos, que dependiam de atividades turísticas. O que nós estamos propondo neste momento é alguma forma de manter estas pessoas com uma certa dignidade diante deste cenário”, explicou o governador.
Credibilidade
Zema destacou, ainda, que a credibilidade do Governo de Minas tem ajudado no grande número de doações recebidas. “As empresas e as pessoas sabem que a doação vai chegar ao seu destino e vai ser aplicada onde ela terá o impacto mais positivo. Isso é fruto de um trabalho das nossas entidades sociais”, disse. O governador também lembrou que uma das ações do projeto será por meio da participação de artistas famosos para ajudar a arrecadar doações.
O vice-governador Paulo Brant ressaltou a importância do papel do governo em prol da sociedade. “O maior ativo que um governo tem, um governo democrático, é que tenha capacidade de mobilizar, de articular, e este programa é exatamente isso. É um modelo de programa exemplar, porque usa o que temos de sobra, a credibilidade, a legitimidade e confiança da sociedade mineira”, afirmou.
Fundo de Cultura
O secretário de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira, destacou que a primeira ação do projeto é o edital emergencial de auxílio ao setor cultural via Fundo Estadual de Cultura (FEC), de R$ 2,5 milhões, que será publicado nesta semana. Serão contemplados 1.315 projetos, que receberão um aporte no valor de R$ 1,9 mil para realização e execução de vídeos de expressão artístico-cultural que serão transmitidos em ambiente digital, para artistas independentes, bandas, profissionais do circo e toda a diversidade de atividades que compõem a cadeia cultural em Minas Gerais.
“O Arte Salva é uma construção coletiva e já está acontecendo. O que estamos fazendo, como poder público, é organizar as demandas e impulsioná-las. Ainda pretendemos colaborar para que as cadeias produtivas do turismo e da cultura adquiram sustentabilidade e para que se capacitem. Estamos buscando patrocínios e parceiros também na iniciativa privada, colocando nossa estrutura à disposição e produzindo editais de fomento, que irão se somar às atividades do projeto”, aponta Leônidas de Oliveira.
Entre as demais ações estão outro edital de R$ 2,5 milhões, desta vez em parceria com a Cemig, com foco principalmente no interior; a estruturação do centro de operações do Arte Salva no Museu Mineiro para aumento do alcance e fortalecimento de campanhas de arrecadação e entrega de doações; a ação do BDMG dirigida às cadeias da Cultura e do Turismo com R$ 4 bilhões em linhas de crédito.
Também fazem parte do projeto a coleta e doação de alimentos para garantir a segurança alimentar de comunidades tradicionais e profissionais das cadeias produtivas do setor, por meio da parceria com o projeto Mesa Brasil Sesc; cursos de capacitação em parceria com universidades; e a criação de um espaço amplo para atenção integrada a até mil pessoas por dia, em parceria com a Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, na Serraria Souza Pinto, por meio cessão do espaço pelo Governo do Estado.
Solidariedade
A secretária de Desenvolvimento Social Elizabeth Jucá falou sobre a necessidade do desenvolvimento de projetos assistenciais para o setor. “Este projeto é transversal de governo com outros parceiros externos. O que nós precisamos neste momento é trazer esperança e solidariedade. Hoje temos mapeadas em torno de 30 mil famílias de povos e comunidades tradicionais que são patrimônio imaterial de Minas Gerais e estão necessitando de ajuda. Este projeto vai trazer, pela arte, salvação para estas pessoas”, afirmou.
Parcerias
Para apoiar a coleta, o armazenamento e distribuição de doações de diversas campanhas voltadas para o setor, o Arte Salva conta com a parceria do Mesa Brasil Sesc. O programa possui equipe técnica e operacional devidamente qualificada para executar com eficácia a retirada e a distribuição das doações, além do acompanhamento e monitoramento das ações.
Para o diretor de Programas Sociais, Serviços e Operações do Sesc em Minas, Grijalva Duarte, o convite para se juntar ao Arte Salva foi prontamente aceito devido à importância de unir forças neste momento desafiador. “Desde o início da pandemia, o Sesc em Minas tem atuado em várias frentes para conter o avanço da covid-19 e seus impactos em nosso estado. Por isso, fazemos parte do Arte Salva, um movimento em favor daqueles que vivem da Cultura e do Turismo, duas áreas tão importantes para a atuação do Sesc no estado e para a nossa economia, duramente atingida pelo momento atual”, declarou.
Além da tecnologia com o uso do QR Code para doações, da experiência na logística para recebimento e distribuição de doações de alimentos, o Sesc vai dar apoio na estruturação do centro operacional do Arte Salva localizado no Museu Mineiro (Av. João Pinheiro, 342, bairro Lourdes, BH/MG).
Agência Minas