Programa “A Corrente do Bem” da rádio Itatiaia Vale do Aço completa 8 anos de relevantes reflexões

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Programa “A Corrente do Bem” da rádio Itatiaia Vale do Aço completa 8 anos de relevantes reflexões

A entrevista que foi realizada por jornalistas do Jornal O Informante e da Rádio Itatiaia aconteceu no consultório do Dr, Geraldo Hilário, idealizar e apresentador do programa "A Corrente do Bem"

A entrevista que foi realizada por jornalistas do Jornal O Informante e da Rádio Itatiaia aconteceu no consultório do Dr, Geraldo Hilário, idealizar e apresentador do programa "A Corrente do Bem"

O programa “A Corrente do Bem” que acontece nas manhãs de sábado na Radio Itatiaia Vale do Aço completou 8 anos. Trata-se de um projeto audacioso, diferente do que normalmente se vê nas programações de rádio, pois trabalha com informações e desenvolvimento humano, com pautas das mais variadas, desde atuais, como coronavírus, a felicidade, perdão, paz, entre outros, sempre contando com convidados de acordo com o tema abordado.

Jornalistas do Jornal O Informante e da Radio Itatiaia conversaram com idealizador e âncora do programa Dr. Geraldo Hilário em seu consultório. Segundo ele, foi após assistir um filme que teve a ideia. No dia 05 de maio de 2012 estreou “A Corrente do Bem”, com duas horas sem música. O projeto foi modificando com o tempo e achando o seu melhor caminho, contudo, sempre norteado por um fio condutor que é o desenvolvimento do individuo enquanto ser reflexivo em constante movimento.

Como surgiu programa “A corrente do Bem”?
Foi muito interessante a forma de como nasceu a ideia da “Corrente do Bem”. Nossa família tinha o hábito de ir para nosso sítio e ligava o projetor e ficava assistindo filmes ao ar livre. Um desses filmes foi “A Corrente do Bem” (da diretoria Mimi Leder, do ano de 2000). Foi interessante que este filme foi o último a ser exibido no dia, todos cansados, e eu fiquei sozinho vendo. Já deveria ser umas duas ou três horas da manhã e eu ficava voltando algumas partes do filme. Foi aí que me veio a ideia de tentar passar adiante como mostra no filme o “fazer o bem, faz bem”. E mesmo na madrugada sozinho, eu e o filme, veio a ideia de fazer a corrente do bem virar um programa de rádio. Logo depois falei com o Felipe (Martins, hoje diretor da Rádio Itatiaia) o que ele achava da ideia, pedi para que ele assistisse o filme e depois discutiríamos o programa. A corrente do Bem nasceu em quatro partes: Fazer o bem, Corrente do Bem em Ação, atualidades e sentimento. A medida que o tempo foi passando as coisas foram mudando. Começamos eu, Oni Fernandes, Dr. Alysson e a psicóloga Carmem Miranda.
Quando eu criei a Corrente do Bem, eu imaginava muito em ação. O que de ação ela poderia fazer. Depois
de uma observação do Dr. Alysson, nós entendemos que o programa tinha a finalidade da ação, mas era preciso formar as pessoas. E a característica do programa hoje é trazer as pessoas para discutirem e repensarem as suas verdades. Mesmo sendo um marco na parte assistencialista como, por exemplo: nós conseguimos uma prótese para uma moça que sofreu um acidente de moto e perdeu parte da perna, fizemos um casamento na cidade de Belo Oriente para uma mulher que por ser deficiente tinha vergonha de fazer uma festa de seu casamento. Hoje, temos algumas ações pontuais de assistência às pessoas, mas hoje, estamos mais focados na formação das pessoas.

O senhor acredita que essa evolução no programa alterou por causa da dinâmica do rádio?
Duas coisas eu não tenho dificuldades em dizer. Primeiro: que o caráter assistencialista de um apresentador que tem vínculo político poderia tirar a essência e a grandeza do programa… de estar usando o programa. E a essência do programa é formar pessoas ou transformar as pessoas. Se em algum momento houver a necessidade assistencialista, podemos até promover algo neste sentido, mas essa não é a essência do programa. Segundo: é a questão de acreditar mesmo que quando você muda a pessoa você está dando muito mais que algo material para ela.

Achou que o programa chegaria a este ponto?
Eu não imaginava que iria durar nem um ano (risos). É porque eu não tinha experiência de rádio, não tinha experiência em apresentação, não fiz jornalismo, não tinha nada disso na minha formação, eu vi na Corrente do Bem uma possibilidade de estar ajudando em uma proporção muito maior que em meu consultório. Então, eu tive vontade de expandir isso e entendi que o rádio poderia ser uma boa forma. Mas, eu não tinha ideia da proporção do que virou e muito menos que conseguiria fazer. Inclusive, uma das ideias era que eu estivesse presente, que eu não fosse o apresentador. Eu estava muito envolvido espiritualmente no madrugada em que eu tive a ideia da criação da Corrente do Bem, é uma característica que é minha, e acontece em várias coisas da minha vida, graças a Deus. Então, eu acredito que Deus tem encaminhado essa missão pra mim, enquanto eu estiver sendo fiel na forma de conduzir, inclusive, mudando algum rumo quando eu achar que está trazendo vantagem política ou pessoal. Aí eu precisarei redirecionar porque não pode ser “eu” o foco do programa, mas sim, quem está ouvindo.

No processo, teve essa percepção?
No processo sim. Inclusive na “Corrente do Bem em Ação” eu tenho dificuldade de fazer as coisas e as pessoas saberem o que eu estou fazendo. Elas não têm noção das coisas que eu faço porque eu não falo. Quando você tem algo que te põe no alvo Acho que tem dado certo justamente porque embora eu seja o apresentador, eu não uso o programa para me promover.

A Corrente do Bem é um projeto focado no desenvolvimento humano, na transformação de dentro pra fora. O senhor acha que isso é o que falta nas pessoas, essa coragem de transformação, de discutir mais isso, tomar uma decisão?
Eu penso que sim. Hoje, nós não nos damos ao trabalho de questionar algumas coisas. É mais prático a gente acomodar, a lei do menor esforço, então “A Corrente do Bem” tenta tocar nessa ferida. Uma ouvinte certa vez falou: “Eu gosto da Corrente do Bem porque ela toca na minha ferida, não para sangrar, mas para curar”.

Quanto tempo durou entre noite que assistiu o filme a estreia do programa?
Nós tínhamos uma projeção de três meses, mas ele saiu em 45 dias. Uma das coisas que eu acho ruim da sociedade, mas eu também me coloco neste meio, é pensar muito e agir pouco. Talvez um dos maiores ensinamentos do processo criativo da Corrente do Bem foi esse. Se você tem uma opinião formada, se você tem uma definição, vai lá e faz. Neste período, houve um laboratório, produção de vinhetas e construção da plástica.

Nos últimos anos, a Corrente do Bem ganhou outra plataforma de transmissão, a exibição ao vivo em vídeo pela internet. Como vê essa evolução?
É interessante porque deu uma nova forma de transmissão. Às vezes, eu fico pesquisando para saber quantos acompanharam e quantas visualizações tiveram… e uma coisa interessante, é que eu percebo que as pessoas continuam assistindo inclusive os programas mais antigos. Então, é uma forma física de você manter os arquivos.

Como são definidas as pautas?
Eu acho interessante o processo de escolha das pautas. Às vezes eu ligo pro Felipe e peço um tema, às vezes ligo para minha esposa e peço pauta e acredito que Deus acaba direcionando a maioria delas. Felipe me dá umas pautas maravilhosas, nosso departamento de jornalismo também fornece pautas interessantíssimas, porque também debatemos temas informativos, bem atuais que não necessariamente seja uma discussão de sentimentos. Fizemos um debate quando o Hospital José Maria de Moraes fechou, encontrando até uma solução para o problema, debatemos Brumadinho, MG 760, duplicação da 381, Mariana, eleições…

Qual programa te tocou mais nesses oito anos?
É difícil dizer, porque eu vivo a “Corrente do Bem”! Tanto que o mais beneficiado sou eu… É interessante, porque quando eu consigo me soltar e falar justamente o que eu queria, fico imaginando que nem sou eu que estou falando, porque sai da alma. Então, os programas em que eu consigo isso são os melhores.

Qual o legado que o senhor deseja que “A Corrente do Bem” deixe para as pessoas que a acompanham?
Uma vez eu estava em Belo Horizonte, na rodoviária, era prefeito de Timóteo na época, e chegou uma menina perto e me disse: “Dr. Geraldo, eu sou de Timóteo, meu pai é fulano de tal e o senhor acredita que o meu cartão não passou?” Falei que não tinha problema. Depois um senhor me parou no centro de Timóteo e disse: “Eu estou devendo uma passagem para BH pro senhor”. Era o pai da menina. Disse a ele: O senhor não me deve nada… passe adiante. Essa é a ideia!
Eu espero que a Corrente do Bem nunca acabe. Não falando apenas do programa, mas a ideia do “passe adiante”. Que essa ideia nunca acabe!

Ainda em comemoração ao aniversário do “A Corrente do Bem” a Radio Itatiaia vai promover a Live do Bem, iniciativa com caráter filantrópico dia 27-05 às 19H através do YouTube 97 FM Vale do Aço, com participação de Leandro e Romario, Leslie e Laurie e Boleiros.