O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS) realizam, a partir dessa segunda-feira (19), na Fundação Ezequiel Dias (Funed) o curso “Tecnologia de sequenciamento genético baseada em nanoporos para investigação temporal e epidemiológica de surto de dengue: capacitação, pesquisa, vigilância e divulgação científica”. A atividade vai até o dia 30 de agosto.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz e coordenador do evento, Luiz Carlos Alcantara, o projeto é relevante para identificação e mapeamento do vírus da dengue e as informações geradas pelos laboratórios permitem a prospecção de possíveis cenários epidemiológicos. Assim, os serviços de saúde (secretarias, vigilância epidemiológica, zoonoses) podem promover medidas de contenção para determinado surto e epidemia.
“Uma das informações geradas a partir do mapeamento genético do vírus permite entender onde e quando o surto começou e se existe a possiblidade de novos surtos. Esta informação é valiosa para a vigilância em saúde” explica Alcantara.
O curso será oferecido para técnicos em Biologia Molecular dos demais laboratórios centrais dos estados que realizam as análises de dengue. A Opas/OMS também convidou para participar da capacitação os laboratórios de saúde pública da América Latina. Durante as 96 horas de curso, entre conteúdo teórico e prático, os participantes vão aprender a fazer o mapeamento e a análise do material genético do vírus da dengue. As amostras do vírus de Minas Gerais, Bahia e Goiás serão sequenciadas no curso.
Os técnicos vão aprender também como trabalhar com os dados das amostras mapeados. Na primeira semana, será ensinado como são feitas as análises a partir dos dados clínicos e epidemiológicos. Na segunda semana, o conteúdo vai abordar as análises evolutivas do sequenciamento e, ao final do curso, será estruturado um artigo com todos os envolvidos nas análises realizadas. “É a primeira vez no Brasil que resultados obtidos de um treinamento de vigilância genômica irá gerar, em tempo real, um artigo científico”, afirma o pesquisador.
Abertura
O curso vai ser realizado nos laboratórios da diretoria do Instituto Octávio Magalhães (Diom), na fundação. Além da organização estrutural, a Funed irá disponibilizar insumos para o sequenciamento e amostras de dengue sequenciadas. Os pesquisadores Talita Adelino e Felipe Iani, ambos do Serviço de Virologia de Riquetsioses, da Diretoria do Instituto Octávio Magalhães (Diom), serão professores no curso.
A diretora da Diom, Marluce Aparecida Assunção Oliveira, reforça a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido no Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG), na busca de respostas que subsidiem as ações da vigilância epidemiológica na prevenção e controle das arboviroses. As pesquisas realizadas e que ainda estão sendo desenvolvidas, para mapeamento genético do vírus da febre amarela, trouxeram para o estado um evento internacional que reunirá importantes laboratórios e pesquisadores do nacionais e internacionais.
A abertura da capacitação será às 16h30, no auditório central da Funed, hoje (19). O curso será ministrado por pesquisadores das universidades de Oxford (Inglaterra), de KwaZulu-Natal (África do Sul) e Nova de Lisboa (Portugal), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz – RJ/BA/AM), Funed, UFMG, universidades de Brasília (UnB) e de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Feira de Santana, Universidade de Salvador e Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana.
A atividade tem organização e apoio da Fiocruz, da UFMG e dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública de Minas Gerais, da Bahia e de Goiás.
Agência Brasil