O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes do Vale do Aço (Sinttrocel) Marlúcio Negro da Silva informa que a categoria dos rodoviários está em estado de greve e pode paralisar o transporte de passageiros a qualquer momento nas empresas Saritur, Acaiaca e Univale.
Segundo Marlúcio, as negociações campanha salarial, cuja data base é 1º de março, se arrastam há 60 dias e a única proposta apresentada pelas empresas até agora é de congelamento dos salários e benefícios dos trabalhadores como ajuda de alimentação, plano de saúde, participação nos lucros entre outras cláusulas econômicas. “Elas alegam que estão há 2 anos e meio sem reajuste nas tarifas em Coronel Fabriciano e Timóteo, pois em Ipatinga, a prefeitura liberou o aumento nas passagens, mas as empresas propuseram o reajuste de 4% só para os salários dos trabalhadores de Ipatinga, deixando de fora os trabalhadores das demais cidades, numa clara posição de dividir a categoria”, esclarece o presidente do Sinttrocel.
Para Marlúcio, o reajuste nos vencimentos dos trabalhadores vinculado ao aumento das tarifas não é um problema da categoria, mas as empresas alegam que não conseguem negociar com as prefeituras. “Entendemos que as administrações de Timóteo e Fabriciano estão tratando com descaso a questão do transporte público, que é essencial para a população”, enfatiza.
Marlúcio salienta ainda que se não bastasse a falta de reajuste salarial, as condições de trabalho da categoria estão se deteriorando cotidianamente provocando stress nos trabalhadores que convivem com um trânsito cada vez pior nas vias, com excesso de quebra-molas, radares e horários apertados, se contar a falta de horários no transporte de passageiros bairro a bairro. Ele acrescenta ainda que os terminais rodoviários estão abandonados pelas prefeituras, com banheiros imundos, falta de local de alimentação e a utilização dos locais para consumo de drogas, prostituição e violência. “Para nós trabalhadores do transporte coletivo há uma total falta de responsabilidade por parte das prefeituras e empresas para com um serviço que é essencial para toda a população”, argumenta.
Marlúcio esclarece ainda que o Sinttrocel está fazendo um alerta a toda a sociedade, serviços públicos, hospitais, empresas âncoras de que o transporte coletivo de passageiros poderá ter suas atividades paralisadas a qualquer momento, caso não seja apresentada uma proposta digna para os trabalhadores do setor.