Quando começou 2018 o cenário era de dúvidas, apreensão e expectativas sobre o que iria acontecer, afinal iniciava-se um ano estratégico em função das eleições nos estados e federação. As perspectivas não eram as melhores no campo econômico, além da instabilidade politica e até jurídica em função das votações que iriam acontecer no Supremo Tribunal Federal.
O presidente em exercício Michel Temer (PMDB) se consolidava com umas das maiores rejeição da história, o que prevalece, contudo, ao final do ano alguns resultados projeta um novo ano de possibilidades e crescimento, ainda que tímido, mas essencial para o Brasil sair de uma das maiores crises econômicas de sua história.
Confiança do consumidor
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) avançou 0,6 ponto de novembro para dezembro deste ano. Com a alta, o indicador atingiu 93,8 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Esse é o maior nível desde abril de 2014 (96 pontos). Nos últimos três meses, o índice acumulou alta de 11,7 pontos, fechando o ano 5,7 pontos acima do mesmo período do ano anterior.
A alta foi determinada pela melhora das avaliações dos consumidores sobre o momento presente. O Índice de Situação Atual subiu 2,4 pontos, para 77 pontos, maior nível desde maio deste ano (77,2 pontos). A satisfação com a situação atual da economia foi o componente que mais contribuiu para a alta, com crescimento de 2,8 pontos.
Vendas no varejo
A previsão do varejo brasileiro era faturar R$ 34,6 bilhões em vendas no Natal deste ano, o que representa alta de 3,1% em relação a 2017, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Desse total, as vendas nos segmentos hiper e supermercados (R$ 12,4 bilhões), vestuário (R$ 9,1 bilhões) e artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 5,3 bilhões) eram apontados com destaque, juntas, as três categorias poderiam responder por 78% do faturamento com vendas natalinas este ano.
No Vale do Aço o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços (Sindcomércio) do Vale do Aço foi às ruas, em novembro, para pesquisar 238 empresas. A sondagem “Expectativas do Comércio Varejista para o Natal 2018” apontou que 65,1% dos lojistas visitados pela entidade preveem que as vendas no último mês de 2018 vão superar as do mesmo período do ano passado.
Ainda sobre o Natal 2018 quando comparadas ao mesmo período do ano passado, enquanto 65,1% dos empresários acreditam que seriam melhores, 25,9% disseram que seriam iguais e 9,1% disseram que seriam piores. O endividamento do consumidor, disseram os empresários, era um dos principais fatores que, porventura, inibiria o consumo.
“Na verdade, só há razões para estarmos, de fato, muito otimistas. O Natal movimenta todos os segmentos do comércio, temos a renda a mais pela injeção do 13º salário e são abertas muitas vagas de emprego no comércio e prestação de serviços”, analisou o presidente da entidade, José Maria Facundes..
A pesquisa realizada pelo Sindcomércio destinou uma seção exclusiva para questões relacionadas a contratações temporárias. Dos empresários visitados, 68,8% confirmaram que admitiriam funcionários para ajudar no atendimento de fim de ano. Os 31,2% que optaram por não ter mão de obra a mais em suas lojas revelaram a preferência por qualificar os empregados efetivos.
O presidente da Acicel-CDL Ismar Canedo esperava aumento nas vendas. “Como entidades representativas da classe empresarial, nosso olhar é sempre otimista para os negócios e acreditamos que é possível fazer a diferença em meio às adversidades. “, realça o presidente da Acicel-CDL.
Pós Natal
As boas expectativas se confirmaram e as vendas realmente foram melhores. Os brasileiros presentearam mais neste Natal, segundo dados divulgados no dia (26) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O crescimento de 2,66%, na comparação com o ano anterior, é o melhor desempenho desde 2014.
A pesquisa levou em consideração as consultas para vendas a prazo entre os dias 4 e 24 de dezembro deste ano, período mais lucrativo do ano para o varejo. No ano passado, foi registrada alta de 2,13%. Nos anos anteriores, houve uma sequência de quedas: -2,29% (2016), -4,16% (2015) e -8,3% (2014).
O gasto médio do brasileiro com os presentes de Natal foi estimado em R$ 115,9. A previsão é de que a data tenha movimentado R$ 53,5 bilhões na economia. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os números refletem o clima de otimismo quanto aos rumos do país, somado à retomada da confiança do consumidor e à expectativa de melhora da economia.
Confiança industrial
O ano de 2018 fecha com boas perspectivas para 2019. No mês de novembro o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) alcançou 63,2 pontos em novembro de 2018, o maior valor para o índice desde setembro de 2010, quando registrou 63,3 pontos. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a CNI, o aumento da confiança é generalizado entre os setores.
De acordo com o empresário e vice presidente da FIEMG Luciano Araújo, esse é um índice referencial. “O numero que temos é assim: abaixo de 50% de índice de confiança, o empresário não está disposto a investir, portanto, há um cenário de recessão, acima de 50% o empresário está disposto a investir”, destaca Luciano Araújo, que está otimista em relação ao próximo ano.
Redução da inflação
Influenciada pela queda nos preços dos combustíveis, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – prévia da inflação oficial do país – fechou o mês de dezembro com deflação de 0,16%. É o menor resultado mensal desde julho do ano passado e o menor resultado para dezembro desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Os dados foram divulgados nesse dia 21 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a taxa ficou 0,35 ponto percentual menor em relação à variação de preços de novembro, quando o IPCA-15 fechou com alta de 0,19%.
O IPCA-15 serve de parâmetro para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que baliza a meta de inflação definida pelo governo para o ano. Com o resultado de dezembro, a taxa acumulada no ano teve alta de 3,86%, abaixo do centro da meta anual estabelecida pelo Banco Central de 4,50% e também dos 4,39% registrados no fechamento do ano passado.
Taxa de juros
Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) não alterou os juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano, na última reunião do órgão em 2018. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. Com a decisão a Selic continua no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018.