Cefet Timóteo em meio a bons resultados tem denúncia de assedio sexual contra professor

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Cefet Timóteo em meio a bons resultados tem denúncia de assedio sexual contra professor

Cefet Timóteo

O Centro Federal de Educação Tecnológica – Campos Timóteo (Cefet- Timóteo) está entre as melhores escolas públicas no Estado nos resultados do Enem. O campus de Timóteo também é bem ranqueado no cenário federal. É a melhor colocada quando comparada a outras escolas públicas do Vale do Aço e Vale do Rio Doce, e também tem posição de destaque quando o cenário comparativo engloba as  escolas particulares. A instituição ainda é referência na formação de técnicos e se destaca na aprovação em universidades federais.

Mas nem só boas notícias vem do Campus Timóteo. No final do mês de agosto, um ato de assédio sexual causou espanto. O professor Armin Franz (50) foi preso por possível assedio a aluna E.N de 17 anos, do terceiro ano do curso de Química. Armin teria beliscado as nádegas da aluna. A polícia foi chamada e lavrou um boletim de ocorrência, o professor foi preso em flagrante durante o horário de aula, mas já está solto.

A ação do docente causou grande revolta entre os estudantes, e o Grêmio Estudantil promoveu protestos nas dependências da escola em repúdio ao ato. De acordo com a vice presidente do Grêmio, Beatriz Cutini, essa não foi a primeira vez que esse tipo de caso acontece. Ela lembra que em 2016 outro professor foi acusado pelo mesmo crime. A estudante destaca que esse último caso com o professor Armin  foi o estopim. “Esse foi um caso que gerou um estopim, foi em flagrante, a polícia foi chamada e o prenderam. A questão é que em 2016 onde aconteceram as outras denúncias, havia se passado um tempo e as meninas se sentiam muito acanhadas em fazer as denúncias, então não teve essa repercussão”.

Protesto promovido pelo Grêmio Estudantil nas dependências do Cefet Timóteo contra assedio sexual

Protesto promovido pelo Grêmio Estudantil nas dependências do Cefet Timóteo contra assedio sexual

O diretor do Cefet Timóteo Leonardo Lacerda enfatiza que as medidas cabíveis foram tomadas. “A administração pública federal é obrigada a apresentar denúncia ao ministério público, e ele por meio da policia e justiça faz o devido processo civil e penal para aplicar as sanções caso seja culpado”.  Segundo o diretor essa foi a segunda denuncia que ele teve acesso envolvendo professores do Cefet Timóteo por assedio sexual.

Na esfera administrativa Leonardo destaca que as sanções variam desde advertência a demissão. No primeiro caso em 2016 o professor sofreu suspensão de 90 dias, segunda maior sanção possível no âmbito administrativo segundo o diretor.

 

Alerta

Leonardo Lacerda falou sobre o que pretende fazer para que episódios como esse não aconteça mais nas dependências da instituição. “Essa é uma situação lamentável, não pode existir em um ambiente escolar, de emprego, de igreja ou em qualquer ambiente da sociedade. Nós somos uma escola, nós formamos pessoas, então as principais medidas que temos de adotar se dão por meio da formação e orientação aos professores e aos estudantes para evitar que essas situações voltem a acontecer, explicando os limites que precisam ser impostos nas relações profissionais entre professores e estudantes e entre vários outros profissionais. Mas principalmente orientando  as pessoas para que quando sofrerem esse tipo de situação, busque seus direitos e os mecanismos que estão disponíveis na sociedade para isso”.

O diretor Leonardo também foi perguntado se já houve alguma denúncia de assédio moral, ele afirmou não haver, contudo, a reportagem do Jornal O Informante teve acesso a pais e alunos que confirmaram pelo menos um caso de assedio moral contra um professor na turma de terceiro ano de Química esse ano. O caso está sendo tratado no âmbito administrativo. A direção junto com a coordenação, após reunião com pais e alunos tomaram as devidas providencias sobre o tema.

 

Desabafo

A vice presidente do Grêmio, Beatriz Cutini, disse pretender promover novos protestos e palestras nas dependências do Cefet Timóteo para que os alunos tenham mais consciências de seus direitos e se sintam encorajados a denunciar quando acontecer casos de assedio moral ou sexual. Ela terminou fazendo um desabafo. “Quando a gente entra em um grêmio as pautas que espera tratar são  administrativas, como cobrar o Restaurante Universitário (RU) que ainda não ganhamos,  melhoras no curso técnico, como por exemplo, no laboratório de química, mas depois percebemos que temos problemas muito maiores. Não é possível mais viver numa sociedade onde as mulheres se sintam acanhadas, não apenas dentro de alguma escola, mas também fora dela. A gente vê que infelizmente esse é um problema frequente, e querendo ou não, será uma luta, e nós convocamos todas as mulheres para se juntarem a respeito disso. Acho que temos mostrado que elas não estão sozinhas, e infelizmente não acontece só com uma, e quando tem mais pessoas denunciando temos mais condições de lutar contra isso”, finalizou Beatriz Cutini.

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