Cuidar dos idosos e zelar pela saúde deles é fundamental! Eles são as maiores vítimas de patologias crônicas, ou seja, doenças como a hipertensão arterial, diabetes e complicações cardiovasculares, que aparecem com mais frequência em pessoas com mais de 60 anos. A Fundação São Francisco Xavier (FSFX) se preocupa com o atendimento adequado às necessidades desse público. Entretanto, é comum nessa faixa etária a restrição ao leito, o que compromete o deslocamento para a busca de assistência ambulatorial.
Por isso, em parceria com o poder público e empresas do setor privado, a FSFX implantou o Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso (PADI), cujo objetivo é promover a qualidade de vida dos idosos por meio de atendimentos multidisciplinares em domicílio e capacitação diferenciada dos cuidadores/responsáveis. O programa teve início em junho de 2016, indo até junho de 2018. Esses atendimentos são voltados para idosos do Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Ipatinga, gratuitamente. A equipe do PADI é composta por médico, enfermeiros, nutricionista, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social e técnico de enfermagem que atendem os idosos em suas residências.
Os indicadores positivos do projeto – mais de 10 mil atendimentos em quase dois anos – são resultado da sinergia da equipe, explica a especialista de Assistência Ambulatorial e Domiciliar da FSFX, May Magalhães Sholl. “Tenho muito orgulho do trabalho realizado por essa equipe. O PADI foi um sucesso, projeto piloto na proposta de atendimento domiciliar da FSFX. Conseguimos apoiar muitas famílias no processo de desospitalização. Espero que os resultados positivos do PADI abra as portas para novos projetos, para que possamos levar à comunidade de Ipatinga a qualidade de atendimento do HMC em domicílio”.
Encontro de Cuidadores
No dia de 23 de maio, a FSFX promoveu o 3º encontro de cuidadores, celebrando o sucesso dos dois anos do programa, reunindo a equipe e os pacientes que foram assistidos. A equipe apresentou alguns cases, com depoimentos dos idosos atendidos e suas famílias.
Um desses casos foi o de Conceição Flávia Ribeiro, moradora do bairro Barra Alegre, em Ipatinga. Em 2016, Conceição foi vítima de uma úlcera venosa no pé esquerdo, que a impossibilitava de andar. Ela foi submetida a duas cirurgias da equipe de Cirurgia Vascular do HMC e, entre os procedimentos, precisou receber os cuidados em casa. “Depois da primeira cirurgia, eu já saí do hospital acompanhada”, ela conta, “antes das cirurgias e dos cuidados que recebi, a perspectiva era de que eu perdesse o meu pé. Depois da cirurgia, eu já estava na cadeira de rodas”.
Conceição conta que sempre participou das atividades na igreja em que frequenta e que gostava de ajudar, mas que, com a perspectiva de amputação, ficou triste. Entretanto, seguiu corretamente as orientações de toda equipe e, com isso, conseguiu voltar a caminhar. “Todo o cuidado que eu recebi foi marcado por qualidade e profissionalismo e, nas dificuldades, eu não estava sozinha. Se estou de pé hoje, é por conta dos cuidados que recebi no PADI”, ela conta.
A importância da família
Outro relato que emocionou os presentes foi o de Antônio Duarte de Oliveira, filho de José Soares de Oliveira, de 86 anos. Há 2 anos, “Seu Zé”, sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC). Desde outubro de 2016, ele vem recebendo cuidados em casa. Pouco mais de 2 meses atrás, Seu Zé recuperou a habilidade de falar, depois de ter sido submetido a uma traqueostomia.
“Hoje, meu pai está bem. O cuidado que recebemos em casa foi fundamental, principalmente porque meu pai seguia à risca as orientações da equipe. Ele queria muito melhorar, e isso só foi possível porque a equipe do PADI do HMC estava muito bem preparada”, ele relata emocionado, e brinca, “hoje, meu pai está pulando e correndo”.