Com o objetivo de retratar a situação hídrica do Estado, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG, em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM promoveu nesta quarta-feira, 18/10, em Ipatinga, a etapa regional do “Minas no Caminho das Águas”.
Wantuir Caires, gerente da FIEMG Regional Vale do Aço, representou a entidade e destacou a importância de preservar o recurso. “Discutir a escassez hídrica e orientar o setor industrial é de suma importância, pois a falta desse recurso é capaz de gerar consequências devastadoras como prejuízos na produção e até mesmo o fechamento do empreendimento”, disse.
Especialistas trataram o papel de Minas como produtor de água e os desdobramentos no setor produtivo.
Para o analista ambiental da FIEMG, Deivid Lucas de Oliveira, a proposta é levar informações atualizadas referente a disponibilidade hídrica da região e necessidade de um planejamento estratégico para identificação de fontes alternativas de uso e boas práticas.
“Minas Gerais é um estado exportador de água, com uma produção média de 6200 m³/s. É preciso investir em boas práticas e identificação de fontes alternativas de uso, além disso, o setor industrial deve posicionar-se nos Comitês de Bacias Hidrográficas para apresentar o seu planejamento de expansão e contenção de medidas concretas para garantir a segurança hídrica do setor produtivo”, alerta.
O diretor de operações e eventos críticos do IGAM, Heitor Moreira, ressalta que Minas Gerais vive uma situação sem precedentes em termos de chuvas e que as indústrias têm que se organizar internamente para driblar a condição, considerada crítica.
“É preciso repensar o processo produtivo, no intuito de aumentar a produção sem necessariamente aumentar o consumo de água. O pensamento tem que ser de desperdício zero. Água hoje é um recurso limitado”, reforça.
Ele explica que a estação Mário de Carvalho, na divisa de Timóteo e Coronel Fabriciano está em estado de alerta, ou seja, estado de risco de escassez hídrica, que antecede ao estado de restrição de uso.
“Para evitar que as indústrias da região sejam penalizadas como prevê a DN CERH-MG n°49/2015 que restringe o uso para captação de água em 30% do volume diário outorgado para a finalidade de consumo industrial, sugerimos uma mudança na gestão das águas nas indústrias, através, por exemplo, da criação de reservatórios e reuso de água no processo produtivo industrial”, conclui.