Editorial – Poder executivo de Timóteo escolhe caminhos diferentes dos praticados até aqui

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Editorial – Poder executivo de Timóteo escolhe caminhos diferentes dos praticados até aqui

Márcio de Paula, Editor do jornal O Informante - Foto: Elvira Nascimento

Márcio de Paula – Editor –

O jornal O Informante completa esse ano 29 anos de história, e acompanhou de perto o que aconteceu de mais importante nos últimos anos, principalmente na economia e política regional. O foco desse editorial é o município de Timóteo, que proporcionalmente, evoluiu menos economicamente que seus pares Cel. Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso (Região Metropolitana do Vale do Aço), e a questão política está diretamente ligada a isso.

Mas para chegar ao atual cenário, primeiro é necessário voltar um pouco no tempo para entender melhor os contextos e os processos.

Timóteo durante vários anos teve sucessivas cassações de mandatos de prefeitos, e por consequência, eleições extemporâneas, o que implicou em retardo no seu desenvolvimento. O primeiro mandato de Douglas Willkys, por exemplo, aconteceu após mais uma eleição extemporânea.

Apesar de um bom índice educacional e de renda per capita, a população ficou menos exigente no campo político. A princípio se um prefeito eleito terminasse o mandato já seria um avanço, pois nem isso acontecia.

Timóteo cresceu nos últimos anos ou décadas pela força da iniciativa privada e não por um projeto político pré-estabelecido de governo ou de município. O poder executivo municipal foi vivendo apagando incêndio, conseguindo alguma coisa aqui e ali, mas fruto principalmente de emendas parlamentares, que foram liberadas aos montes nos últimos anos, e só não veio mais, pela pouca representatividade política do Vale do Aço, por sua população insistir em votar em deputados de outras regiões – contudo, é evidente que cada prefeito que passou pela prefeitura de Timóteo, deu sua parcela de contribuição, uns mais e outros menos.

Porém, chegou a um ponto que o munícipe resolveu mudar por completo o rumo e elegeu Capitão Vitor, um outsiders na política, e também renovou quase 50% da Câmara Municipal, mostrando com veemência, sua insatisfação com o que estava posto.

Vitor Prado traz uma proposta diferente, uma tentativa válida e necessária de mudar a rota, com um projeto de governo e de cidade bem claro. Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá, mas os indícios são positivos, e quatro pontos chamaram a atenção.

O primeiro aconteceu na posse dos secretários. Como não tinha uma coligação grande na campanha, o prefeito não fatiou o governo entre os partidos que o apoiaram. Teve liberdade para escolher seu secretariado de acordo com as questões técnicas, de confiança e competência comprovada. Mesmo assim, na cerimônia de apresentação, o prefeito enviou um recado para o secretariado e a população – que começava um novo ciclo e um período comprobatório de 3 meses, se os resultados não viessem, haveriam trocas. Ali ele deixou muito claro se tratar de uma gestão de resultados, princípio também da iniciativa privada.

O segundo ponto que chamou a atenção foi convidar a população, autoridades de vários setores, empresários, representantes de associações de classe, prefeitos e imprensa para expor um projeto para Timóteo à curto e longo prazo, desenvolvido junto ao Instituto Aquila. Assumir um compromisso público de onde quer chegar e o caminho que vai percorrer foi ousado. Isso poderia facilmente ter ficado no âmbito interno, mas Vitor Prado fez questão de declarar um compromisso público aumentando ainda mais o seu grau de responsabilidade, assim como de toda sua equipe, o que demonstra estar convicto que chegará aonde se propõe.

Entre as propostas está ser uma referência estadual de gestão pública, e gerar R$ 24 milhões, seja através de economia, arrecadação (sem aumentar impostos) ou emendas, para proporcionar crescimento ao município. O prefeito ainda pediu à população que o cobre sobre esses resultados.

O terceiro ponto foi mostrar a real situação financeira que encontrou a prefeitura, mas sem tentar com isso se isentar de suas responsabilidades, nem dos compromissos previamente assumidos. Timóteo há muito tempo vive no campo político guerras de narrativas, o famoso um fala de lá e outro de cá. Normalmente após os prefeitos assumirem os cargos eles apenas seguem o fluxo, mas a atual gestão faz diferente, está implodindo pontes que julgam desnecessárias.

A administração não teve pressa para expor a situação financeira que achou a prefeitura, primeiro fez um levantamento minucioso e depois apresentou números sobre o real quadro contábil para imprensa, e se prontificou a fazer uma audiência pública para apresentar a comunidade. Também vai apresentar todo levantamento às autoridades legais para investigar se houve ou não possíveis irregularidades, e nesse caso, é sempre prudente não haver julgamento prévio.

O quarto ponto a ser destacado é o prefeito chamar a população, os empresários e o servidor público à responsabilidade. Ele sempre deixou claro que o avanço do município depende do empenho e ação de todos, e não somente do poder público. E pede que cada um entregue um pouco mais para o bem coletivo, garantindo que prefeitura fará sua parte. Quando propõe esse pacto e divide as responsabilidades, sem se isentar das suas obrigações, Vitor Prado gera maior sensação de pertencimento, com todos sendo corresponsável pela evolução à qual propõe o município.

Os pontos citados podem ser um grande diferencial dessa gestão. Não se trata de “vocês votam, elege e eu faço”, e sim de “vocês votam, elege e nós fazemos”, mas com o poder público liderando e norteando esse processo de desenvolvimento, como realmente deve ser.

Editorial –

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