“É uma história sobre resistência e enfrentamento à ditadura militar vivida durante o período político mais sombrio do Brasil”. Assim, o diretor do filme, Nilmar Lage, define em poucas palavras “Maura e Robinson”. O lançamento acontece no dia 14 de dezembro, na Estação Memória Zeza Souto (rua Belo Horizonte, 272, Centro, Ipatinga), com sessão única e gratuita às 19h.
Produzido ao longo deste ano, o documentário foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo, edital nº 02/2023 – Apoio às Produções Audiovisuais Mineiras. Além de Nilmar Lage, idealizador do projeto, a equipe conta com a colaboração de Leila Cunha, na produção executiva, Mariana Penna, na assessoria de comunicação, Rodrigo Zeferino, na fotografia still e Thiago Moreira, na edição e finalização.
No filme, conhecemos as histórias de Maura Gerbi Veiga e Robinson Ayres Pimenta, anistiados políticos, a partir de seus olhares protagonistas e de suas memórias de atuação no movimento estudantil e resistência armada durante a ditadura militar.
Ela é nascida em Santos (SP), foi presa pela primeira vez aos 15 anos. Ele é natural de Governador Valadares, localizado no Vale do Rio Doce mineiro. Atualmente, Maura e Robinson vivem em Ipatinga (MG), junto aos filhos, noras e netas, e seguem militando pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em causas populares, reafirmando suas vocações para a defesa dos Direitos Humanos. Mas também gostam de reunir a família e, eventualmente, desempenham tarefas de rotina de avós, como buscar as netas na escola.
Ressignificando o passado
Para as filmagens, a equipe acompanhou o casal em cidades como Ipatinga e Belo Horizonte, em Minas Gerais, e em São Paulo (capital), onde visitaram locais marcantes de suas vidas. Lugares onde moraram, militaram e organizaram ações de combate ao totalitarismo, foram algumas das locações.
Entre os momentos compartilhados, Nilmar Lage destaca a visita ao “Memorial da Resistência”, museu que ressignifica a antiga sede do DEOPS/SP (Departamento de Ordem Política e Social) e preserva as memórias da luta e da repressão políticas do estado. Este foi o local onde Maura Gerbi esteve presa e Robinson Ayres foi detido durante a ditadura.
“É emocionante perceber as nuances de força e de fragilidade que se revelam, mesmo em corpos de luta como os deles. Depois de tudo que eles viveram, seguem militando e defendo os Direitos Humanos, trabalhando pelas pessoas em situação de vulnerabilidade. E é com muito respeito e carinho que contamos essa história de suas vivências e as consequências da luta por um Brasil mais justo”, afirma o diretor.
Para o casal, estar nesses locais de memória é a oportunidade de ressignificar algumas situações que passaram e que, hoje, podem ser reelaboradas, mas também é um gatilho para se manterem alerta. “A perspectiva política do país nos ameaça permanentemente, neste sentido esse documentário é importante, não só pra contar sobre tortura, seja ela física ou psicológica, mas também para que as pessoas se deem conta das consequências que um Estado autoritário traz para as nossas cabeças e para a sociedade”, afirma Maura Gerbi.
O diretor
Nilmar Lage é fotógrafo, documentarista e jornalista independente. Mestre pelo Programa Interdisciplinar de Pós Graduação em Estudos Rurais da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFJVM), com uma pesquisa fotoetnográfica sobre a Comunidade Quilombola do Ausente.
Em seu quarto documentário com diferentes abordagens sobre conflitos e resistência à ditatura, Nilmar Lage entende que essa é uma história que ainda precisa ser contada e recontada o quanto for necessário, sobretudo neste ano, quando se completaram 60 anos da instauração do regime militar. “Rememorar é fundamental para manter viva a luta pela garantia da democracia contra o totalitarismo, do qual estivemos muito próximos de reviver nos últimos anos”, enfatiza o diretor e idealizador do projeto.
Serviço:
Estreia: “Maura e Robinson”.
Data: 14 de dezembro – sábado.
Horário: 19h.
Classificação: livre.
Entrada: gratuita.
Ficha técnica:
Direção, fotografia e roteiro: Nilmar Lage.
Edição e finalização: Thiago Moreira.
Entrevistas: Nilmar Lage, Mariana Penna e Leila Cunha.
Produção: Fino Trato.
Assessoria de Imprensa: Mariana Penna.
Still: Rodrigo Zeferino.
Tradução em Libras: Gustavo Costa e Tiago Cabral.