Um problema que atinge as crianças, especialmente as com idade da educação infantil, merece atenção do poder público e será acompanhado por meio de um programa pela Prefeitura de Coronel Fabriciano, por meio da Secretaria de Governança da Saúde: a diarreia. O Programa de Monitoramento da Diarreia no Ambiente Escolar visa gerar mais saúde para as crianças e trabalhadores da Educação.
A gerente de Vigilância em Saúde, Vânia Tavares de Andrade, explica que o programa vai acompanhar e investigar os casos, especialmente em crianças de zero a 5 anos. “Vamos desmistificar a doença no ambiente escolar. Existe um mito de que criança com diarreia em creche seja coisa normal, o que não é! Essa condição pode ter origem viral ou bacteriana”, afirma.
Vânia Tavares diz que a iniciativa visa descobrir as causas, que podem ser de cunho alimentar, uma intoxicação medicamentosa ou uma fase de dentição. “Temos que saber a causa. As escolas e CMEIs estarão a partir de agora cientes e conscientes da importância de visualizar a diarreia, não como algo corriqueiro, mas como um possível problema que deve ser interrompido”, concluiu.
O controle de casos será feito com planilhas, vistorias e recolhimento de amostras para exames. Será aberta investigação sempre que houver mais de 2 casos por sala de aula.
DOENÇA
A enfermeira Maria Cristina Braga, explica que os casos só devem ser considerados como doença diarreica quando a criança é acometida por três evacuações aquosas em um período de 24 horas.
“Ao constatar isso, os pais ou responsáveis devem relatar na agenda para o professor, que vai observar a criança e relatar o caso. Se outra criança na mesma sala tiver o mesmo sintoma é considerado um surto”, disse. A partir da segunda criança doente, será feita coleta de amostra para envio das fezes para laudo da FUNED (Fundação Ezequiel Dias).
O enfermeiro Anderson Silva ressalta, que o monitoramento evitará surtos uma vez que a intervenção poderá ser feita com antecedência por meio das equipes de saúde. “Ao diagnosticar um caso, a criança será tratada por pediatras nas Unidades Básicas de Saúde e não poderá frequentar a escola para evitar o contágio de outras crianças. Após 48h da última evacuação, a doença deixa de ser transmitida e a criança poderá retomar a rotina escolar”, disse.
DE OLHO NA MERENDA
Como a doença pode ser transmitida de forma alimentar, o setor responsável pela merenda escolar “abraçou” o projeto. Uma das primeiras fases do programa é a capacitação dos servidores. Com apoio da Vigilância em Saúde, a prefeitura iniciou a qualificação das equipes.
Renata Leite, Gerente de Alimentação Escolar, informa que o departamento continuará com as visitas técnicas de fiscalização aos ambientes onde são preparadas a merenda e reforçará as orientações aos colaboradores e aos diretores das escolas.
“Intensificamos os treinamentos que serão ministrados mensalmente sobre as boas práticas de manipulação de alimentos. Vamos, também, orientar os pais através de dicas de higiene para que adotem os mesmos cuidados em casa”, disse.