É muito comum ver em cidades ou regiões que investem no turismo os roteiros, rotas ou circuitos. Eles são uma forma interessante e organizada de atrair turistas e proporcionar experiências múltiplas. Nesses roteiros são habituais que a rota turística inclua sinais e painéis especiais, que vão para além dos tradicionais sinais de trânsito. A sinalização específica permite destacar os pontos de interesse que se encontram no percurso, facilitando a atividade.
Minas Gerais é uma grande referência nesse sentido, por compreender parte significativa do maior circuito do Brasil, a Estrada Real, que já esteve mais em evidência, mas continua atraindo turistas de várias partes do país e também do exterior. São mais de 1.630 quilômetros de extensão, passando por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Alguns dos cenários mais bonitos do Brasil, além de boas histórias e memórias estão por toda a Estrada Real. Antes de iniciar o percurso, o turista recebe um Passaporte emitido pelo Instituto Estrada Real, para isso, basta preencher um cadastro prévio.
O passaporte proporciona ao turista acompanhar e registrar as experiências ao longo do percurso. Há diversos “pontos de carimbo”. Ao final do trajeto, com o passaporte carimbado, o turista pode solicitar um Certificado Digital de Viajante da Estrada Real, desde que tenha o número mínimo de carimbos exigido pelo caminho, uma experiência divertida e engrandecedora.
Benefícios
Renato Martins, presidente do Convention & Visitors Bureau (VAC&VB) no Vale do Aço, uma entidade civil, sem fins lucrativos que promove e valoriza a imagem do turismo regional, fala sobre a importância e os benefícios das rotas e circuitos. Ele também é o Diretor da Agência Metropolitana do Vale do Aço. “Um roteiro ou circuito turístico é importante por várias razões. Primeiro por permitir que o turista maximize a experiência de viagem, garantindo que ele veja e experimente o máximo possível em um período limitado de tempo. Além disso, a rota pode ajudar a aumentar a segurança do viajante ao seguir o roteiro pré-determinado, pois já é um local conhecido e devidamente formatado. Outra vantagem do roteiro é que ele pode garantir facilidades. São várias atividades juntas como transporte, hospedagem, alimentação, então os viajantes podem economizar dinheiro e evitar gastos desnecessários”, enumera Renato.
Região Metropolitana do Vale do Aço
O Vale do Aço tem enorme potencial para o turismo e as Rotas e Circuitos podem ser importantes fomentadores. Atrativos não faltam na região, que pode explorar vários nichos dentro do mesmo segmento. Na Região Metropolitana do Vale do Aço já há alguns circuitos em pleno funcionamento e outros em fase de implantação.
A empresária Ana Cleide, que desenvolve a Rota do Mutum e o Ipatinga Rural, fala sobre a importância desses roteiros. “O objetivo é um só: desenvolver o turismo regional. Temos muitas potencialidades em diversos segmentos turísticos no Vale do Aço e, após uma visita à Venda Nova do Imigrante, o Projeto Turismo no Vale definiu desenvolver outros 3 roteiros, além do Ipatinga Rural, que já existe desde 2016. Dentre as 3 propostas, a Rota do Mutum avançou com o apoio da Cenibra, da Prefeitura de Ipaba e da Fundação Renova. Nesses dois roteiros, desenvolvemos o turismo rural e o agroturismo, onde os turistas têm oportunidade de vivências nas áreas rurais e conhecer mais de perto a produção local dos empreendimentos, assim como também aspectos gastronômicos, culturais, históricos e ambientais”, diz Ana Cleide.
Segundo a empresária do setor, essas atividades promovem a diversificação da economia local, pois são vários os atores que participam gerando oportunidades de negócios. A Rota do Mutum, por exemplo, que acontece no município de Ipaba, movimenta várias empresas, além da Fazenda Macedônia, uma RPPN de propriedade da Cenibra. Participam da Rota do Mutum os seguintes empreendimentos: Palmito Doce Vida, Quitutes da Bel, Rancho da Mata, Toca dos Bichos, Cachaça Primavera, Restaurante e Pousada Maria Emília, Apiário Vale Verde e Ana Cleide Eventos Exclusivos, além dos atrativo naturais, como por exemplo, a Lagoa Central de Ipaba.
Já a Rota do Ipatinga Rural, onde os turistas têm várias experiências participam os empreendimentos: Clube Parque das Cachoeiras, Gaia Eco Garden, Outeiros de Minas, Fazenda do Zaca, Ateliê Feito a Mão, Cozinha & Arte, Queijaria Empório da Serra, Fazenda Rancho Perdido e há ainda visita a Igreja do Ipaneminha.
As duas rotas são previamente agendadas e realizadas em dias específicos, como explica a empresária. “No meu caso, organizo os passeios para a Rota do Mutum e o Ipatinga Rural, mas alguns empreendimentos são bem consolidados e funciona à parte dos passeios, como o Clube Parque das Cachoeiras, a Queijaria Empório da Serra, Pousada e Restaurante Maria Emília e a Toca dos Bichos. Os demais empreendimentos necessitam de agendamento”, destaca.
Circuito Ciclístico Vales dos Tropeiros
O Circuito Ciclístico Vales dos Tropeiros será o próximo a ser criado na Região Metropolitana do Vale do Aço. Segundo Renato Martins será um circuito de relevante extensão, passando por cinco municípios. “É um roteiro que está sendo criado a várias mãos, Sebrae, Estado de Minas Gerais, Circuito Mata Atlântica, Convêncion Burou, diversos ciclistas e os municípios. Serão 200km na rota principal, que passará por Timóteo, Marliéria, São Domingos do Prata, Dionísio e Antônio Dias . A rota já está toda georreferenciada e também sinalizada de acordo com as normas para garantir segurança”, diz Renato Martins.
Segundo o Diretor da Agência Metropolitana do Vale do Aço é importante um trabalho integrado entre os municípios para o fortalecimento de todos. “As Rotas e os roteiros intermunicipais são o caminho para o fomento do setor turístico, porque o turismo acontece de forma regional, um município sozinho terá muita dificuldade em reter o turista, então eles não são concorrentes e sim complementares. O atrativo de um pode completar a experiência que o turista viveu em outra cidade, uma rota consegue juntar todos esses elementos,” finaliza Renato Martins.