O momento é estratégico para o desenvolvimento do turismo na região

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O momento é estratégico para o desenvolvimento do turismo na região

O Vale do Aço tem um potencial turístico enorme com grande leque de opões - Foto: Adriano Oliveira

O Vale do Aço tem um potencial turístico enorme com grande leque de opões - Foto: Adriano Oliveira

O turismo é um importante vetor de desenvolvimento econômico, seja em países, estados, regiões ou cidades. As atividades do setor muito contribuíram para o aumento de 2,9% no ano passado, do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, foi o que constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o IBGE, o setor de serviços foi o segmento econômico que mais cresceu, com destaque para o turismo, como também aponta a Fundação Getúlio Vargas.

No Estado de Minas Gerais, de acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), em 2022, Minas teve sua maior participação no PIB brasileiro das duas últimas décadas, cerca de 9,3%, com um volume de aproximadamente R$ 925 bilhões.  As causas desse bom desempenho estão diretamente ligadas ao crescimento do setor de serviços, com destaque dentro do seguimento para o turismo.

Rota do Mutum, promovido por Ana Cleide, acontece em Ipaba e valoriza as belezas naturais e culinária local

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Vale do Aço

Apesar do enorme potencial, o turismo na região ainda é subutilizado, podendo ampliar significativamente sua participação na economia local. Com o mercado no Vale do Aço aquecido em função dos investimentos das empresas âncoras, do crescimento do setor imobiliário e de avanços nas questões logísticas, com avanço na pavimentação da LMG 760 e a duplicação da BR 381, o momento é propício para o avanço no turismo regional.

Renato Martins, presidente do Convention & Visitors Bureau (VAC&VB) no Vale do Aço, uma entidade civil, sem fins lucrativos, que promove e valoriza a imagem da região, comenta sobre ações da entidade para atrair investimentos. “Estamos ofertando o Vale do Aço como destino de eventos, apresentando portfólio dos empreendimentos, obtenção de recursos via editais e constituição de rotas e apoio aos roteiros já existentes”, enumera.

Renato Martins, presidente do Convention & Visitors Bureau no Vale do Aço e diretor da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço fala sobre projetos para o turismo

Renato Martins, presidente do Convention & Visitors Bureau no Vale do Aço e diretor da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço fala sobre projetos para o turismo

Ele também é Diretor da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço, um braço do governo estadual. Renato Martins fala sobre os trabalhos da Agência no fomento ao turismo. “Um ponto fortíssimo que estamos trabalhando é a execução do plano diretor do aeroporto regional, que é um equipamento primordial para chegada de turista, o apoio ao Parque Estadual do Rio Doce que tem a participação da Agência em várias atividades, o trabalho dentro dos roteiros, principalmente, a rota de ciclismo Vales dos Tropeiros que estamos criando e trabalhando junto a cinco municípios – Timóteo, Marliéria, São Domingos do Prata, Dionísio e Antônio Dias -, com participação do Sebrae, Agência RMVA, VAC&VB e CTMAM”.

Questionado sobre o que poderia ser feito para melhorar a estrutura do turismo dentro de uma filosofia metropolitana, Renato apontou alguns caminhos: “A primeira questão é diálogo e construção de um consenso, o segundo é apoio das atividades e projetos que já existem, não estamos inventando a roda, e sim aproveitando a construção coletiva do município com o governo de Minas e as instituições da região, além do fortalecimento dos circuitos e a história da região que é muito rica,” diz.

Segundo Adriano de Oliveira, diretor do Esporte do Vale, a região tem muitos atrativos naturais

Segundo Adriano de Oliveira, diretor do Esporte do Vale, a região tem muitos atrativos naturais

Aventura

De acordo com o empresário Adriano de Oliveira, diretor do Esporte do Vale, empresa com experiência em ecoturismo e turismo de aventura, a região é rica em possibilidades. “Tem muito potencial aqui com vários atrativos naturais. Podemos praticar qualquer atividade ao ar livre como: atividade aquáticas, Stand Up paddle, caiaque, rappel , trekking, cicloturismo, trail Run, acampamentos monitorados, slackline, patins, skate e outros”, enumera Adriano. O paraglider também é muito praticado na região, que oferece um cardápio amplo para os amantes de aventura e da natureza.

 

Pertencimento

O jornalista, publicitário e empresário Mário Carvalho Neto, da Revista Caminhos Gerais é um grande conhecedor das belezas do estado em função das suas reportagens. Mário também enfatiza a riqueza das belezas naturais do Vale do Aço, mas acredita que antes de tentar atrair turistas, é preciso mostrar esse potencial para população local: “É preciso mostrar à população da região quais são estes potenciais e como eles devem ser explorados antes de promovê-los para o pessoal externo. O turismo além de ser uma atividade essencialmente coletiva, e ter como ferramenta principal o marketing, é necessário um bom plano de divulgação e de convencimento, para que além de conhecer o próprio potencial, deve-se também apropriar- se dele, isto é, cultivar o pertencimento deste potencial”, defende o empresário.

O jornalista também comentou sobre algo comum nas cidades que conseguem explorar seu potencial turístico, de acordo com cada particularidade. “O Vale do Aço tem suas peculiaridades que devem ser identificadas como potenciais de grande valor. Basicamente, todos os atrativos turísticos exigem bom atendimento, segurança, fácil ir e vir, e cuidado do povo com seus atrativos, porém o mais importante é ter a cultura sobre o atrativo. Por exemplo, tem muita gente que vê o Perd (Parque Estadual do Rio Doce) como um “mato”, um lugar pra ver macaco. É preciso disseminar a grandeza do Parque, como os diamantinenses (moradores de Diamantina) conhecem a grandeza de sua história,” diz Carvalho.

 

Políticas públicas

De acordo com Mário Carvalho, o turismo precisa ser tratado com mais seriedade pelo poder público, face ao seu potencial de desenvolvimento. “O turismo deve ser política pública como saúde e educação, por gerar renda e receita é uma política de desenvolvimento. O poder público tem as ferramentas mais eficazes para incrementá-lo, como equipamentos, mão de obra, recursos, gerência e etc. Sem o poder público o turismo patina. Há diversos tipos de empreendimentos que dependem de parcerias. Além do poder público, as esferas competentes como o Comtur, os Circuitos Turísticos, os Conselhos culturais e outras instâncias como o Sebrae devem ser aliados”, sugere.

Para Mário Carvalho Neto, da Revista Caminhos Gerais é preciso mostrar esse potencial para população local

Para Mário Carvalho Neto, da Revista Caminhos Gerais é preciso mostrar esse potencial para população local – Foto: Elvira Nascimento

 

Para Adriano do Esporte do Vale, falta infraestrutura básica para o fomento do turismo regional. “Falta investimento do poder público e privado na melhoria dos acessos aos pontos turísticos, placas de sinalização e estradas melhores. Se cada um fizer a sua parte iremos andar mais rápido”, acrescenta.

Algumas ações estão em andamento como, por exemplo, a Rota do Mutum, que acontece em Ipaba e é realizada por Ana Cleide Eventos, com apoio da Fundação Renova. Trata-se de uma rota com recepção acolhedora, natureza, história e culinária local que mostra algumas das riquezas da região. Há ainda outros roteiros estabelecidos como o Ipatinga Rural que acontece no próximo dia 21 de abril.

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