As opções de Timóteo para empregar os R$ 200 mil aprovados pela Câmara de Timóteo para evento da iniciativa privada

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As opções de Timóteo para empregar os R$ 200 mil aprovados pela Câmara de Timóteo para evento da iniciativa privada

Editorial

A Câmara Municipal de Timóteo aprovou uma Emenda ao projeto de Lei 4163, de autoria do então presidente da casa legislativa Adriano Alvarenga. Trata-se de uma dotação orçamentária de R$ 200 mil para o município investir no Fest Coutry de Timóteo, evento promovido pela empresa Agência 1.

A iniciativa da Câmara é polêmica por destinar tamanho volume de verba a um evento privado que cobra entrada. Como é de costume, o jornal O Informante foi ouvir o autor do projeto Adriano Alvarenga. “Essa é uma emenda de nossa autoria, levada ao orçamento e aprovada por todos os vereadores. Nós temos evidenciado em nosso município que os movimentos culturais estão totalmente deixados de lado. A população não tem sequer um espaço cultural para buscar seu entretenimento local. Por causa disso, entendemos que o Fest Country já é uma festa consolidada e popular. Diante dessa proposta buscamos trazer legalidade para que o município possa ser um parceiro desse evento”, explica o vereador.

O vereador disse ainda que o percentual foi muito discutido, e que a administração pública municipal terá o ato discricionário de conceder dentro dessa dotação orçamentária os R$ 200 mil, R$ 10 mil ou nada, dependendo exclusivamente do prefeito Douglas Willkys.

Timóteo historicamente é um celeiro de artistas com destaques na música, teatro, cinema, artes plásticas, e até origami. O município conta com praças em quase todos os bairros, um teatro de arena no bairro Timirim, uma grande praça central e um coreto, além de um ginásio coberto no centro comercial da cidade. Pela sua vocação artística, a cidade já foi referência no leste de Minas e em todo Estado por seu carnaval de rua e festivais musicais.

O Fest Country realmente se tornou um evento importante no calendário da cidade e sempre traz artistas de renome nacional, mas é um evento que gera opiniões distintas e normalmente acontece perto do dia das mães. Há comércios que são beneficiados, sobretudo, quem vende botas, chapéus, roupas country, além da rede hoteleira, salões de beleza entre outros. Contudo, a quem também reclame, alguns bares chegam a fechar a porta por não compensar abrir nessa data. Muitos comerciantes se sentem prejudicados nas vendas para o dia das mães pela prioridade ser o gasto com o evento. Tal contexto é normal, sempre haverão pessoas e empresários a favor e contra.

É relevante apoiar um evento importante na cidade, mas sem onerar os cofres públicos e comprometer a já tão combalida cultura no município, que hoje é fomentada  pela iniciativa privada e alguns grupos que lutam com dificuldades para se manter.

Com R$ 200 mil, um pouco de criatividade e uma pequena dose de boa vontade, muito pode ser feito pela cultura de Timóteo visando descentralizar as ações. Esse editor em poucos minutos pensou em algumas iniciativas que podem ser realizadas inclusive com o apoio da iniciativa privada. “Festival Gastronômico de Timóteo” para movimentar um setor que gera renda, lazer, bem estar e emprego;  “O artista do meu bairro”, uma estrutura simples em um sábado num bairro onde o palco ficaria aberto para o morador mostrar seu talento, pode ser cantar, tocar, dançar, stand-up, e outros, sendo realizado a cada final de semana em um bairro com algumas barraquinhas de setores organizados da sociedade como Clube de Mães, Grupo de Jovens, Associação de Moradores, entre outros; “Um banquinho e o violão”, com a contratação de algum músico do município para cantar no fim de semana em um bairro específico também de forma rotativa nos bairros; “Cinema na Praça” e mais uma infinidade de ações que poderiam ser realizadas, como apoiar alguns movimentos culturais independentes que já existem.

Outras sugestões é melhor utilização do Ginásio Coberto com “Festival de bandas”, ou uma Feira Semanal de Gastronomia no Coreto com participação de produtores  locais de cervejas artesanais, cachaça e artesanato. O que não faltam são opções para empregar melhor esses R$ 200 mil para fomentar a cultura do município, certamente seriam mais úteis que destinar a um evento privado.

 

Editor – Márcio de Paula