Com as mortes de mulheres após se submeterem a procedimentos estéticos no Rio, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) e entidades médicas alertam para os cuidados que devem ser tomados na hora de decidir fazer um tratamento estético ou uma cirurgia plástica e evitar pessoas que atuam de forma irregular e clandestina.
A Agência Brasil ouviu especialistas sobre quais recomendações devem ser tomadas.
Silicone
O único silicone autorizado para aplicação no corpo é o de grau médico – que é envolto em cápsulas de revestimento, os chamados implantes de silicone. O silicone industrial é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por causar danos à saúde. O produto se espalha facilmente pelo organismo.
“A gente não sabe para onde vai [silicone industrial]. Pode colocar no glúteo e parar no pé. Vai descendo pela perna”, explica o presidente da SBPC regional Rio de Janeiro, André Maranhão.
Já o polimetilmetacrilato (PMMA), componente plástico (em formato de gel), pode ser usado para o preenchimento cutâneo de pequenas áreas do corpo. De acordo com a Anvisa, só pode ser aplicado por médico treinado. E cabe ao médico definir a quantidade para cada paciente.
Apesar de oferecer possibilidade menor de migrar pelo corpo, apresenta também risco à saúde, segundo Maranhão.Para tratamento na região glútea, o cirurgião plástico destaca o implante de silicone ou a lipoescultura como procedimentos mais adequados.
Formação
A recomendação é procurar um profissional qualificado em tratamentos estéticos, como cirurgião plástico. Para atuar nessa área, é exigido formação de seis anos na faculdade, dois anos em cirurgia geral e três anos em cirurgia plástica.
“São 11 anos de estudo para permitir ao médico realizar um procedimento com segurança e, caso aconteça alguma intercorrência, ele seja capaz de diagnosticar e de tratar em tempo hábil”, diz o diretor-geral da SBCP Nacional, Leandro Pereira.
No site da SBCP, consta o nome de todos os cirurgiões plásticos cadastrados no Brasil, com formação reconhecida.O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Nelson Nahon, recomenda, que antes de fazer qualquer procedimento médico, o paciente verifique: se o profissional é médico registrado, qual a especialidade, titulação e local onde opera. Essas informações estão disponíveis na página do Cremerj na internet.
Caso o profissional não seja médico, deve ser denunciado à polícia.
Relação médico e paciente
O diretor Leandro Pereira ressaltou que o paciente deve ter uma boa relação com o médico para que todas as dúvidas sobre o resultado do procedimento ou possíveis complicações sejam esclarecidas.“A boa relação médico e paciente é fundamental. A busca de profissionais somente por redes sociais pode se tornar perigosa, já que o número de seguidores não quer dizer a capacidade técnica e profissional do médico”, disse.
Agência Brasil