UFRJ inaugura painel que mede a perda de investimento em ciência e tecnologia

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UFRJ inaugura painel que mede a perda de investimento em ciência e tecnologia

Cálculo da UFRJ aponta que ciência perde R$ 500 mil por hora no Brasil. Foto: Coppe UFRJ

Cálculo da UFRJ aponta que ciência perde R$ 500 mil por hora no Brasil. Foto: Coppe UFRJ

Cientistas e professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram hoje (22), no campus da instituição, na Praia Vermelha, zona sul do Rio, um contador digital inédito no país denominado tesourômetro com o objetivo de revelar ao público, minuto a minuto, as perdas do financiamento federal voltado para as áreas de ciência e tecnologia, nos anos de 2016 e 2017, em relação a 2015.

A inauguração do painel marca o lançamento da campanha de mobilização pública Conhecimento Sem Cortes, uma iniciativa que reúne, além de cientistas e professores universitários da UFRJ, também estudantes, pesquisadores e técnicos de universidades e institutos de pesquisa para alertar sobre a crise por que passa o setor no país

Segundo a presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Tatiane Roque, o setor de ciência e tecnologia do país vem perdendo cerca de R$ 500 mil por hora em investimentos federais desde 2015.

“São perdas graves. Até porque há estudantes nas nossas universidades que não têm como se manter sem a bolsa fornecida pelo governo federal. Eles precisam não só dela, mas também dos alojamento, do bandejão, e de toda uma infraestrutura que está sendo afetada pelos cortes que estão ocorrendo também na infraestrutura básica de pesquisas. A pesquisa científica precisa de investimentos em material, em reagentes, precisa de laboratórios e também de pessoal para continuar a exercer seu trabalho”.

Tatiane Roque alertou que “está sendo perdida toda uma geração de pesquisadores, na qual o governo investiu nos últimos anos, seja na universidade, nos cursos de mestrado e doutorado, bastante dinheiro, e que hoje estão com dificuldade de continuar a suas pesquisas”.

Segundo ainda a pesquisadora, “a pesquisa científica é cumulativa e o que está se perdendo agora não se pode recuperar no futuro”.

Para Tatiana, “se estamos passando por uma crise no modelo econômico e de desenvolvimento, o que nós precisamos é justamente que se faça o contrário, que se invista em pesquisa, em formação de quadros, em pensadores que nos levem a sair dela [da crise]”.

Os responsáveis pela manifestação avaliam que até 2015 o orçamento para o setor era da ordem de R$ 7 bilhões, e que tenha caído este ano para algo em torno de R$ 5 bilhões.

Ainda hoje ocorrerá um outro evento que marcará o lançamento da campanha e que acontecerá na Casa da Ciência da UFRJ, às 18h, quando cientistas, professores e pesquisadores apresentarão um estudo sobre a avaliação dos impactos da redução dos orçamentos nas instituições.

O evento contará com as presenças da presidente da Associação dos Docentes da UFRJ, Tatiana Roque, do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, do reitor da UFRJ, Roberto Leher; e da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.

 

Agência Brasil

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