Setor 7 de Timóteo pode se transformar em um dos principais eixos de desenvolvimento municipal e regional

A diversidade dos investimentos contribuiu para a instalação de grupos importantes, como a Amazon, Mercado Livre, Nike (e-commerce), Cidade Imperial, Grupo Petrópolis, Heineken (bebidas), Bravo Motor e Itapemirim
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Setor 7 de Timóteo pode se transformar em um dos principais eixos de desenvolvimento municipal e regional

Timóteo passa por um momento estratégico onde poderá avançar muito em alguns setores. O ramo imobiliário e o setor de hipermercados irão promover avanços, mas é na estrada que liga o bairro Alegre ao Macuco, que o município poderá se desenvolver de forma mais robusta

Timóteo passa por um momento estratégico onde poderá avançar muito em alguns setores. O ramo imobiliário e o setor de hipermercados irão promover avanços, mas é na estrada que liga o bairro Alegre ao Macuco, que o município poderá se desenvolver de forma mais robusta

Por Márcio de Paula – 

O município de Timóteo vive um momento que pode gerar avanços significativos no setor de desenvolvimento econômico. Algumas ações estão em andamento, outras precisam de destrave das questões ambientais, há ainda aquelas que demandam um tempo maior com elaboração de projetos, plano de ação e obras. O jornal O Informante enumera como Timóteo poderá avançar, sobretudo, a partir do Setor 7 que compreende do bairro Alegre ao Licuri.

Mas antes, a cidade será beneficiada com avanços em outros setores.

 

Hipermercados

No curto prazo o principal incremento vem dos segmentos de hipermercados. O município tem uma demanda reprimida nesse setor, e está prestes a ganhar dois hipermercados, um no centro e outro no bairro Olaria, além de um atacarejo no bairro Santa Rita, saída do distrito do Cachoeira do Vale. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico da prefeitura de Timóteo, Hiller Félix, os investimentos além de estimular a concorrência, e por consequência, melhores preços, será responsável por gerar cerca de 700 novos postos de trabalho diretos no município.

 

Setor Imobiliário

O setor imobiliário vai crescer substancialmente nos próximos meses em função de três investimentos: um loteamento na sede, próximo à escola São Sebastião, outro loteamento próximo ao Passaredo, que será realizado pelo Grupo Ladaeda, e um condomínio fechado no antigo Clube Alfa. Hiller lembra que esses investimentos estão em fase de liberação e licenciamento. Há ainda um condomínio fechado no bairro Alegre, mas que foi interditado pela prefeitura por questões documentais. O empresário Henrique Americano, um dos sócios da Casa Linhares Corretores Associados, acredita que haverá um grande incremento nesse mercado. “Essa notícia é boa demais porque aumentará a oferta e movimentará todo o setor, serão novas oportunidades”, aponta o empresário.

 

Gargalos

O maior gargalo para atração de novas empresas de médio e grande porte para Timóteo e região, sempre foi logística, pela precariedade das principais rodovias de acesso, a LMG 760 que liga a BR 262 e a Zona da Mata ao Vale do Aço, e a BR 381, conhecida nacionalmente como rodovia da morte. Com o avanço da pavimentação da 760 e a duplicação da 381 abrem-se novas perspectivas para atração de empresas. Timóteo conta hoje com dois distritos industriais no Setor 7, ambos precisando de investimentos, mas esse cenário pode mudar, tanto em relação à infraestrutura, como na quantidade dos distritos.

Hiller Feliz, secretário de desenvolvimento econômico, acredita que Timóteo irá atrair ainda mais investimentos

Hiller Feliz, secretário de desenvolvimento econômico, acredita que Timóteo irá atrair ainda mais investimentos

Setor 7

De acordo com Hiller há um estudo em andamento para aperfeiçoar o distrito industrial do bairro Alegre, para isso a prefeitura municipal pretende implantar um projeto piloto através de uma Reurb, que de acordo com a Lei n° 13.465 de 2017, é o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à incorporação dos núcleos urbanos ao ordenamento territorial urbano junto à titulação de seus ocupantes.

“Começamos em dezembro de 2019 um diagnóstico do distrito do Alegre e estamos fazendo através de uma Reurb E. O objetivo da prefeitura é não mais ser proprietária daqueles terrenos e vender para os empresários que estão lá instalados. Assim eles terão mais liberdade de ação e investimento”, disse.

Neste distrito uma das empresas instaladas é a MelBras, umas das maiores exportadoras de mel do Brasil. Gustavo Delfim, um dos diretores da empresa, vê na compra do imóvel uma boa possibilidade. “É muito melhor quando somos donos do terreno. É uma boa iniciativa e espero que dê certo. Temos sim interesse em comprar, expandir e promover ainda mais melhorias aqui”, diz Delfim.

 

Distrito Industrial do Limoeiro

Esse distrito enfrenta graves problemas estruturais desde a sua inauguração a cerca de três décadas.  Na seca é muita poeira e na chuva, muito barro e alagamento. Outros problemas foram identificados pela prefeitura como a não utilização da área para o devido fim. A prefeitura municipal, através do prefeito Douglas WillKes, já manifestou interesse em retomar algumas  áreas e fornecer a quem quiser instalar empresa e gerar emprego no município. Segundo Hiller Félix há iniciativas visando melhorias no local. “No princípio de 2020 começamos a fazer o diagnóstico, não está concluindo ainda, mas identificou algumas irregularidades, estamos trabalhando com a procuradoria. Queremos regularizar tudo, e quem sabe ter futuramente um modelo parecido com o que estamos fazendo no Alegre. A partir do momento que passar a ser um distrito privado, com certeza, os investimentos acontecerão”, diz o secretário, que garantiu em 20 dias o diagnóstico concluído.

Insatisfeito com a falta de infraestrutura adequada há quem já pensou em deixar o distrito do Limoeiro, é o caso do empresário Walmir Rubinho, da Embala, que gera cerca de 40 empregos nesse empreendimento. “Chegamos estudar a possibilidade de deixar essas instalações e ir para um novo distrito de Cel. Fabriciano que está sendo construído na margem da BR 381. Essa região aqui é uma potência, a tendência é só crescer, mas não avança. Há mais de 20 anos estou aqui e os problemas são os mesmos, tenho muitas dificuldades em escoar minha produção. Acho que nós, os empresários do distrito do Limoeiro, deveríamos nos organizar para cobrar as autoridades,” sugeriu Walmir.

Hiller reconheceu a necessidade de intervenções no local e na Avenida Pinheiro. “É preciso fazer uma reestruturação de drenagem total no distrito do Limoeiro porque quando chove a água desce e não tem pra onde fluir. A prefeitura já esta trabalhando em um grande projeto de rede pluvial através da secretaria de planejamento para fazer uma drenagem naquela avenida. Através desse projeto vamos buscar captação de recursos junto a deputados e governos, porque é uma obra cara, mais de R$ 2 milhões”, enfatiza Hiller que não especificou a data de conclusão do projeto por ser desenvolvido por outra secretaria.

 

Distrito industrial e Centro Empresarial

Há investimentos para mais dois distritos no Setor 7, e as respectivas áreas já foram compradas e aguardam apenas liberação ambiental. Um será privado, e feito por um empresário que tem empresa já instalada no Limoeiro. A área destinada ao empreendimento é de cerca de 50 hectares.

O outro é publico, e será chamado de Centro Empresarial. “Estamos em tratativas para liberar essa área que vamos chamar de Centro Empresarial, por pretender trabalhar com várias outras empresas,” aponta. O secretário municipal lembra o foco do governo Zema no desenvolvimento econômico e na geração de emprego. “O Zema é diferente, é progressista, mas não quer problemas ambientais, e também pensa no vetor econômico. No Macuco poderão ser instaladas empresas que podem não gerar poluição”.

Gustavo Delfim da MelBrass, acredita que a compra do terreno onde está instalada a empresa poderá gerar mais investimentos

Gustavo Delfim da MelBras, acredita que a compra do terreno onde está instalada a empresa poderá gerar mais investimentos

Vetor de desenvolvimento

A pavimentação da MLG 760 vai favorecer toda a região com a ligação de dois polos importantes para o estado, mas há preocupação em receber o tráfego intenso da BR 262 sentido 381 dentro de Timóteo. “Eu, o prefeito Douglas Willkys e o presidente da Fiemg Regional Vale do Aço, Flaviano Gaggiato, estivemos em Belo Horizonte com o diretor do Departamento de Estrada Edificações e Rodagem (DEER) e ele nos prometeu que em 60 dias vai publicar um edital para o projeto de licenciamento dessa Alça”, relata Félix.

O presidente regional da Fiemg também está confiante. “Estivemos juntos no DEER e se comprometeram a fazer levantamento do custo da obra, acredito que ela vai sair sim”, expõe Gaggiato.

Para o empresário Walmir a Alça deveria ser realizada em paralelo ou até mesmo antes da própria pavimentação da LMG 760. “A obra é importante, mas deveria ter sido feita antes, o trânsito de Timóteo ficará um caos. Se agora já é difícil escoar a produção, imagina com a LMG 760 sem essa Alça de Acesso”, projeta.

De acordo com Hiller estima-se inicialmente que a obra da Alça poderá ficar em torno de R$ 100 a R$ 120 milhões, porque contempla inclusive um viaduto que vai ligar o setor 7 a BR 381 do outro lado do Rio Piracicaba.

 

Dever de casa da PMT

Mesmo com essas possibilidades, para atrair novas empresas a prefeitura de Timóteo precisará fazer o dever de casa, e isso inclui o Plano Diretor, dentro dele, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e também o Plano de Manejo. Segundo o secretário, o Plano Diretor já deveria ter sido concluído. “No momento que o Plano Diretor estava para ser colocado na rua com as audiências públicas, veio à pandemia. Foram realizadas algumas audiências de forma virtual e agora vamos precisar voltar ao meio presencial. A previsão é concluir ainda esse ano,” crava.

Nesse Plano Diretor estará contemplado a Lei de Uso e Ocupação do Solo e o Plano de Manejo que foi pago pela Copasa. A Prefeitura encaminhou para a Câmara de Vereadores Projeto de Lei sobre o Plano de Manejo da APA Serra do Timóteo. O Projeto estabelece que a realização de atividade ou intervenção no território abrangido pela APA deverá estar em acordo com o zoneamento e respectivas normas estabelecidas pelo Plano de Manejo, pela Lei e com a anuência do Conselho Gestor da unidade.

 

Mão de obra qualificada

Paralelo a todas as possibilidades descritas, outro avanço importante vai acontecer. O Senai vai quase dobrar de espaço e de alunos em Timóteo.

“Já temos a verba para construir um novo galpão para o Senai e estamos na fase de elaboração do projeto que será concluído dentro de 60 a 90 dias. Para essas empresas que vão chegar e outras que estão crescendo,  precisamos formar pessoas, além de tirar os jovens da ociosidade”, enfatiza.

Segundo Bráulio Oliveira, supervisor técnico do Senai, a unidade Luciano José de Araújo no bairro Olaria tem expectativa de passar de 520 alunos para 960. “De acordo com a prefeitura, a previsão de conclusão da obra é para meados de 2022”, confirmou Bráulio.

 

 

Editoral fala sobre o que pode acontecer a curto, médio e longo prazo e os motivos que levam a essas possibilidades.

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