Dúvidas e oportunidades referente a pavimentação da LMG 760

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Dúvidas e oportunidades referente a pavimentação da LMG 760

LMG 760 Foto Jornal O Informante

Por Márcio de Paula – 

A pavimentação da LMG 760 continua na pauta. O jornal O Informante faz uma serie de reportagens sobre o tema, a primeira foi especial “Zona da Mata” mostrando o potencial, vocações, principais cidades e as perspectivas da ligação com uma região de economia diversificada. A segunda reportagem da série foi especial “Turismo”, onde expôs ações e propostas dos gestores dos municípios de Marliéria, Jaguaraçu, São José do Goiabal, Timóteo, Cel. Fabriciano, Ipatinga e do Parque Estadual do Rio Doce para fomentar o setor. As matérias também estão no site www.jornaloinformante.com.br.

Nessa edição a pauta é “Dúvida, posicionamento e oportunidades” mostrando questionamentos e possibilidades a partir da realização da obra.

Antes de falar sobre os benefícios da pavimentação é preciso voltar à discussão se realmente a obra será concluída. Recentemente houve noticia que não haveria recursos para conclusão da obra. A pavimentação dos 57 km ficará em R$ 120 milhões, e R$ 20 milhões estão disponíveis.

O deputado estadual Celinho do Sintrocel disse estar confiante quanto à realização da obra. “Estamos confiante que dessa vez a obra vai sair, e também vigilantes, acompanhando de perto sua execução para que não acorram interrupções”, disse o deputado.

Para Carlos presidente do Sindimiva a indústria local será beneficiada

Para Carlos presidente do Sindimiva a indústria local será beneficiada

Mas também há muitas pessoas céticas quanto à realização completa LMG, como por exemplo, o empresário Ricardo Leão que há onze anos fez um grande investimento e montou uma empresa no distrito de Cava Grande. Ele não acredita na concretização da pavimentação. “Acho que vão fazer só esses 9 km de obra. Eu desejo que obra seja realizada até a BR 262, mas não acredito que será finalizada em função das dificuldades financeiras que passa o estado”, disse o empresário.

O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) responsável pela execução da obra foi questionado pelo jornal O Informante sobre uma possível paralisação e se a verba está realmente garantida, afinal são décadas de espera e frustrações.

Nota do DEER

A assessoria de imprensa do DEER/MG enviou a seguinte nota para o jornal:

“A pavimentação da rodovia LMG -760, como todo integrante do Plano de Obras do Governo de Minas Gerais, tem os recursos garantidos para sua execução até a entrega final dos serviços previstos.

Do investimento total da obra, que é de R$ 120 milhões, a liberação dos recursos será feita de forma gradativa de acordo com o andamento e as diferentes etapas da obra.

No momento, estão sendo investidos R$ 20 milhões, conforme  a previsão orçamentária deste ano, para a execução de diversos serviços, como terraplenagem, regularização do subleito, drenagem superficial e drenagem de grota, transporte de escória para preparação da sub base e da base, além da montagem da usina de asfalto e início de pavimentação.

‘De acordo com o prazo contratual, a previsão de entrega será até o final do segundo semestre de 2019’. Diz a nota.

O DEER regional é quem faz o acompanhamento. De acordo com Dr. Níveo Pinto de Lima diretor regional do DEER serão 9 km de pavimentação asfáltica e 12 km de terraplanagem e drenagem. “A pavimentação prevista para esse ano é de Cava Grande até pouco acima de Santo Antônio e está correndo tudo dentro do prazo e do planejamento”, disse Dr. Nível que alertou sobre a possibilidade de imprevistos, como as chuvas por exemplos, o que poderia atrasar o cronograma.

Outra consideração feita pelo diretor regional do DEER é a conta que se tem sido feita sobre o custo/km da obra, a de simplesmente dividir o valor total pela quilometragem para se chegar a um custo por quilômetro. Ele lembra que há muitas variáveis. “Há trechos com pontes, em outros trechos as passagens inferiores para animais chegam até dois metros, são túneis mais profundos, há trechos onde haverá pouca terraplanagem e será basicamente pavimentar”, elucidou Dr. Nível.

Oportunidades

Há uma grande movimentação, sobretudo no distrito de Cava Grande, em relação às novas oportunidades que poderão surgir com a pavimentação da LMG 760. Há investimentos volumosos na região e o prefeito de Marliéria Geraldo Magela Borges de Castros (Lalado) pretende instalar um distrito industrial.

Lalado, prefeito de Marliéria pretende instalar um distrito industrial em Cava Grande

Lalado, prefeito de Marliéria pretende instalar um distrito industrial em Cava Grande

“Nossa intenção é fazer um distrito industrial na saída de Cava Grande, estamos em conversas com a GPM. São 7 hectares e também já estamos pensando nessa questão ambiental”, destaca Lalado que pretende atrair empresas gerando emprego e renda para região.

Para Carlos Afonso, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva), a pavimentação quando concluída irá beneficiar a indústria local e trazer novas perspectivas de investimentos. “A pavimentação trará vários benefícios, principalmente pela ligação do Vale do Aço com a Zona da Mata, isso viabilizará acesso a vários outros mercados que já conhecemos”, enfatiza.

A indústria do Vale do Aço é ancorada basicamente em uma atividade econômica, e essa pavimentação possibilitará ampliar o perfil econômico regional com atração de novas empresas em novos segmentos. “Vai abrir um leque grande para outras empresas porque tendo acesso, infraestrutura e meio de escoamento da produção ambas as regiões serão beneficiadas, principalmente a nossa”, diz Carlos Afonso.

Fomento

O prefeito de Timóteo Dr. Geraldo Hilário espera pela concretização da obra, mas independente dela, se movimenta para atrair novos negócios, empresas e fazer valer a vocação do município através do projeto “Timóteo, Capital do inox”. Para ele a pavimentação deixará o município ainda mais atrativo, afinal está em Timóteo a maior empresa de aço inox da America Latina.

Dr. Geraldo Hilário, prefeito de Timóteo, pretende atrair industrias e fomentar negócios

Dr. Geraldo Hilário, prefeito de Timóteo, pretende atrair industrias e fomentar negócios

“A Praça do Inox, a Expo Inox 2017 e os quatro portais de entrada em inox com câmara de alta resolução são projetos que de forma direta não tem relação com a LMG 760, mais num futuro bem próximo vai ligar 500 mil habitantes do Vale do Aço há mais de 2.2 milhões da Zona da Mata numa distância de 64 km. Então vamos incentivar a vinda das pessoas para Timóteo e LMG é mais um incentivo, estamos atentos em todas as áreas”, diz o prefeito que destaca ainda reuniões de negócios com empresários da cidade mostrando as oportunidades. “Temos de estar atento para sermos os protagonistas dessa história”, destaca Hilário.

Necessidades

Com o provável crescimento da região em função do crescimento demográfico e do fluxo de pessoas surgirá novas demandas em quase todos os setores do comercio e também de alguns segmentos industriais. De acordo com Luciano Araujo, presidente da Fiemg Vale do Aço, haverá crescimento.

“Infraestrutura é um dos principais fatores para atrair investimentos. Não há investimos em nível de indústria nessa area porque tem toda essa dificuldade logística. O asfalto vai transformar

completamente essa região, temos uma série de empreendimentos que estão aguardando essa pavimentação, e estamos trabalhando para que esses investimentos sejam feitos de maneira sustentável”, disse Luciano Araújo.

Luciano Araújo, presidente da Fiemg Vale do Aço alerta sobre a necessidade de se preparar

Luciano Araújo, presidente da Fiemg Vale do Aço alerta sobre a necessidade de se preparar

O presidente da Fiemg Vale do Aço lembrou a necessidade de preparar para esse futuro aumento na demanda. “Com a pavimentação precisamos preparar as nossas empresas para o desenvolvimento porque vem tudo junto, alavanca o turismo, vem hotéis, pousadas, restaurantes, postos de gasolina, indústria e tudo isso gera emprego e desenvolvimento”, alerta.

Para ele empresários e comunidades locais tem de estar preparados para aproveitar essas oportunidades. “Em vez de esperar que outros empresários venham para cá e se instalem, que aproveitemos as oportunidades de fazer os investimentos e transformar essa região. Teremos a Fiemg, Sebrae e todas essas instituições para ajudar, dar cursos e estrutura para os empresários aproveitarem”, enfatiza.